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Apostar nas estradas e carris para unir Médio Tejo

Comunidade urbana quer pôr Entroncamento no centro das ligações rodo-ferroviárias

A Comunidade Urbana do Médio Tejo apresentou ao Governo um estudo sobre a mobilidade e sistema de transportes na região e reivindicou a alteração da legislação de modo a poder criar uma autoridade de transportes, que faça o que hoje CP e Rodoviária do Tejo não conseguem, por falta de coordenação.

A Comunidade Urbana do Médio Tejo (CUMT) quer revolucionar a rede de transportes intra e intermunicipal, propondo a estação ferroviária do Entroncamento como centro operacional de toda a região. A decisão da comunidade tem por base um estudo sobre a mobilidade e o sistema de transportes no Médio Tejo, apresentado na quinta-feira na cidade dos comboios.Os transportes colectivos do Médio Tejo são delineados a partir do eixo Abrantes/Tomar/Torres Novas e são marcado por baixas taxas de ocupação e défices de exploração. A oferta ferroviária está estruturada numa lógica nacional que penaliza as ligações entre os municípios da região e a coordenação intermodal é débil. É a partir destes pressupostos pouco animadores, inscritos num estudo sobre mobilidade urbana encomendado a duas empresas de consultoria e apresentado na quinta-feira no Entroncamento, que a Comunidade Urbana do Médio Tejo pretende reorganizar todo o sistema de transportes colectivos na região.A estação do Entroncamento será o ponto de convergência nas ligações rodo-ferroviárias dos dez municípios agora agregados, que verão as suas estações rodoviárias hierarquizadas em função do fluxo de tráfego.Adaptar a oferta à procura, acabando com ligações que só dão prejuízos devido a uma taxa de ocupação irrisória (cinco a dez por cento) e poder servir as populações situadas nos extremos da região, como Ferreira do Zêzere, são outros objectivos a alcançar. Para a concretização deste projecto é imprescindível a criação da Autoridade de Transporte do Médio Tejo, reivindicada desde o início pelos responsáveis da nova comunidade, que esperam apenas pela alteração legislativa que a possibilite constituir. A actual legislação não permite aos municípios a definição de circuitos e o número de carreiras, deixando essa decisão nas mãos dos operadores.Aproveitando a presença do secretário de Estado dos Transportes e do director-geral dos Transportes Terrestres na divulgação do estudo, o actual presidente da CUMT, António Paiva, reivindicou a atribuição de competências nesta matéria às novas comunidades, defendendo a tese de que são elas que estão mais próximas do cidadão, conhecendo as suas carências.Uma defesa que teve “eco” junto dos dois responsáveis. O director-geral dos Transportes Terrestres, reconheceu que a actual legislação é de 1948 e está desadequada às novas realidades municipais. Jorge Jacó referiu ainda que existe da parte do Governo disponibilidade para aprofundar o estudo agora apresentado, que teve a colaboração de técnicos do seu organismo e dos operadores de transportes, nomeadamente aquando da elaboração do novo ordenamento jurídico para esta área.O secretário de Estado dos Transportes, Seabra Ferreira, foi um pouco mais longe ao afirmar que o Médio Tejo conseguiu antecipar uma orientação “inevitável” do Governo, até agora centrada apenas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, orientação que será levada à prática com a nova realidade administrativa do país.A Autoridade de Transporte do Médio Tejo terá como função desenhar e gerir uma rede de tráfego colectivo que seja capaz de reduzir o tempo de espera nas ligações intra e intermunicipais, acabando com situações inadmissíveis que hoje se verificam, por descoordenação entre operadores (CP e Rodoviária do Tejo).

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