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Santo Estêvão terá ensino superior em 2007

Lusófona assinou protocolo com Câmara Municipal de Benavente

Benavente vai ter ensino superior em 2007. O Pólo da Universidade Lusófona em Santo Estêvão vai formar licenciados em ciências médicas, agrárias e economia e vai apostar na formação profissional dos quadros existentes.

Em 2007, a aldeia de Santo Estêvão no concelho de Benavente vai receber o primeiro pólo de ensino superior do sul do distrito de Santarém. O complexo universitário vai promover o ensino e a investigação nas áreas das ciências médicas, agrárias e de economia. O projecto prevê licenciaturas, cursos de especialização e pós graduação e uma aposta na formação profissional de quadros já inseridos no mercado do trabalho, incluindo os funcionários das autarquias de Benavente.O protocolo entre a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) e a Câmara Municipal de Benavente foi celebrado na quinta-feira, 8 de Abril. A autarquia cedeu o terreno de 12 hectares junto da EN 118-1, que era propriedade da junta de freguesia e, como contrapartida, será um dos parceiros com direito a dar formação os seus quadros no pólo universitário.O presidente da direcção da Cooperativa de Formação e Animação Cultural (COFAC), entidade instituidora da ULHT, explicou que os primeiros cursos devem arrancar dentro de três anos, mas o projecto é faseado e vai demorar cinco anos até atingir o pleno.Segundo Manuel Almeida Damásio, o trabalho de preparação começou há mês e meio, depois de oficializada a cedência de um terreno de 12 hectares pela Junta de Freguesia. Entretanto, foi criada uma comissão de acompanhamento do processo que integra dois técnicos da câmara e dois da universidade.O projecto, que ainda não tem um orçamento previsto, irá arrancar com fundos próprios da universidade, mas alguns investimentos serão candidatados a financiamentos nacionais e ao III Quadro Comunitário de Apoio. “É um dever patriótico aproveitar os fundos comunitários”, disse o administrador.As estimativas dos promotores apontam para a criação de 150 postos de trabalho directo, mas o número de postos indirectos é muito superior. Os benefícios para os trabalhadores e empresários da região podem começar mais cedo com o recurso a sub-empreiteiros para a preparação do terreno e realização das obras.O presidente da Câmara Municipal de Benavente referiu que “não foi apenas a excelente localização” (perto da A13, A10, Ponte Vasco da Gama) que motivou a escolha de Santo Estêvão. “A disponibilidade da junta de freguesia para ceder o terreno de 12 hectares foi fundamental”, disse. António Ganhão (CDU) elogiou ainda o contributo dos dirigentes do PP Margarida Netto e Herculano Gonçalves que fizeram a ponte entre a autarquia e a Universidade Lusófona.O autarca sublinhou que o concelho “tem o melhor naco de terra do país” e essa é mais uma razão para justificar o investimento na área da formação e investigação das ciências agrárias, medicina-veterinária e biotecnologias. A universidade vai transformar Santo EstêvãoNada será como dantesA presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão tem a expectativa de que nada será como antes na aldeia. “Éramos uma freguesia rural com algumas dificuldades e um baixo nível cultural. Agora vamos receber massa intelectual que vai ajudar ao desenvolvimento da freguesia”, disse. Prazeres Ganchinho disse a O MIRANTE que este projecto já está a mexer com as pessoas. “Já tivemos pedidos de informação de munícipes que querem investir em dormidas e restauração”, disse. Apesar da universidade prever a criação de uma residência para professores e alunos, será insuficiente para as centenas de pessoas que o pólo universitário vai movimentar.A presidente da junta não teme o choque social da mudança prevista com a chegada de centenas de alunos e professores. A autarca lembrou que a população já se habituou a conviver com as diferenças. Perto da aldeia existem dezenas de habitações de luxo que funcionam como segunda casa para pessoas afamadas e com poder de compra.Os comerciantes da aldeia também depositam uma enorme expectativa na universidade, mas garantiram que ainda não viram grandes dividendos da invasão pacífica do “Jet 7” que começou há cerca de 10 anos. “As pessoas, praticamente só passam pelo centro da aldeia e compram quase tudo em Lisboa”, referiram.

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