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Urgências em situação de pré-ruptura

Urgências em situação de pré-ruptura

Atendimento Complementar do Centro de Saúde da Chamusca com falta de médicos

O serviço de atendimento complementar do Centro de Saúde da Chamusca está em situação de pré-ruptura. Actualmente o tempo de espera é de quatro horas, o dobro do que seria considerado normal, mas a situação pode piorar.

O tempo de espera dos utentes que recorrem ao serviço de atendimento complementar do Centro de Saúde da Chamusca é, em média, de quatro horas. Mas a situação tem tendência a piorar e, em alguns períodos do dia, o serviço pode mesmo ficar inactivo, segundo alertou o director da unidade de saúde, Artur Barbosa. Neste momento o serviço vive momentos de dificuldade devido ao facto de três médicos terem entrado de baixa médica em simultâneo, na última semana de Março. Tal facto obrigou o director do centro a assumir as consultas do serviço e a recorrer à requisição, em regime de horas extraordinárias, de um outro clínico. Artur Barbosa não tem dúvidas em afirmar que se vive um momento “de sobrecarga”. O centro de saúde tem ao serviço sete médicos que, em situações normais, são suficientes para assegurar o funcionamento da unidade. No entanto, dois desses profissionais, por terem mais de 55 anos, estão impedidos legalmente de trabalharem no atendimento complementar. Um serviço dirigido aos utentes que não têm consulta no médico de família ou para pessoas em situação clínica de urgência.Pelas estimativas do director do centro de saúde, o tempo de espera actual é de quatro horas, mais do dobro do que é habitual. E só não é mais porque tem havido um grande esforço para atender o maior número de pessoas possível durante o dia. Na quinta-feira, dia 8, no período da manhã foram consultadas 60 pessoas, quando esse era o número de utentes atendidos durante o dia todo. Apesar das dificuldades, o coordenador da Sub-Região de Saúde de Santarém da Administração Regional de Saúde, Fernando Afoito, confirmou que não está em causa o encerramento do serviço nem mudanças no horário de funcionamento. O atendimento complementar, a que as pessoas chamam urgências, funciona entre as 8 da manhã e a meia-noite, todos os dias. No entender de Artur Barbosa esta situação, que não acontece pela primeira vez, faz aumentar os custos do centro, contrariando a política da Sub-Região de Saúde que é a de rentabilização de recursos, poupando-se o máximo ao erário público. Aquele director considera ainda que a se a situação continuar torna-se complicado manter o atendimento complementar (AC) a funcionar durante todo o horário. “Poderemos ter que durante o período das 8h00 às 24h00, em que estão médicos de família a trabalhar no centro, canalizar os casos urgentes para esses profissionais, fechando temporariamente o serviço de AC. Neste caso o atendimento complementar funcionará quando faltar determinado médico de família, de modo a que as pessoas não deixem de ter assistência”, explicou. Marcação de consultas por telefonePara tentar evitar uma ruptura no serviço, com grande afluência de utentes, o centro de saúde está a apostar na marcação prévia de consultas por telefone. O objectivo é que 70 por cento das pessoas usem esta modalidade, ficando os restantes 30 para os casos agudos em que a consulta é marcada no próprio dia. Desta forma, evita-se que os doentes tenham que se deslocar à unidade de saúde e que percam tempo em longas horas de espera. O director, Artur Barbosa espera que, dentro de pouco tempo, a situação venha a melhorar, com o regresso ao serviço dos três médicos. Um deles, aliás, já se apresentou, mas entrou logo de seguida de férias. Lá para dia 19, estima-se que a unidade de saúde volte ao normal com todos os clínicos a trabalhar em pleno. O Centro de Saúde da Chamusca, apesar destas dificuldades, está cotado entre os melhores da região. Tem uma baixa percentagem de utentes em lista de espera para médico de família, estimando-se que dentro em breve estejam todos inscritos nos ficheiros dos clínicos, no âmbito da actualização das listas. Em termos de capacidade de resposta, segundo um estudo recente, o centro atende em média 4,1 utentes por hora, enquanto a média nacional se situa nos 3,9 por cento.
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