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Desenvolvimento acelerado

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Aveiras de Cima é a segunda maior freguesia do concelho

A vila de Aveiras de Cima cresce ao ritmo dos veículos que passam ali ao lado, na auto-estrada do Norte, a grande velocidade. As ruas estreitas, os poucos estacionamentos e os sentidos proibidos não travam o desenvolvimento de uma das maiores freguesias do concelho.

Dois idosos conversam no banco de jardim aproveitando a tranquilidade da sombra de um arbusto na praceta. No recreio da escola básica um grupo de meninos ensaia pontapés na bola alheio à movimentação de veículos que irrompem pela estrada principal.Quem atravessa a freguesia de Aveiras de Cima, concelho de Azambuja, não adivinha o que está para lá do principal corredor de alcatrão da vila, há muito conotada como uma das principais saídas da Auto-Estrada do Norte (A1).As ruelas apertadas, as curvas e os sentidos proibidos que se espalham pela antiga vila parecem não travar o desenvolvimento da freguesia que conta actualmente com quase cinco mil habitantes. Aqui vive um quarto da população do concelho. É a segunda freguesia mais populosa do concelho, a seguir a Azambuja.Para os anciãos da freguesia não haverá local melhor para passar os dias de ócio. É em Aveiras de Cima que está situado o Centro de Dia e Lar de Idosos do Centro Paroquial de Aveiras de Cima, um dos mais conhecidos da região. “É um autêntico hotel de cinco estrelas”, atesta o presidente da junta de freguesia, Justino Oliveira.É também a freguesia que concentra a maior escola do primeiro ciclo do ensino básico e do segundo e terceiro ciclos do concelho. Os jovens de Aveiras só têm que deixar a freguesia para frequentar o ensino secundário em Azambuja.Apesar das boas condições no interior dos estabelecimentos e dos ateliers de tempos livres faltam espaços dedicados aos jovens fora dos portões da escola. Tal como faltam a piscina há muito ansiada pela população, o jardim público ou o polidesportivo. A Casa do Povo tem um pavilhão, mas nem sempre abre as portas.As colectividades são a única forma de ocupação de muitos habitantes. O folclore, dança de salão, teatro, música, filatelia, columbofilia e futebol são as actividades que dão vida à freguesia.Na vila funciona há muitas décadas uma estação de correios que dá apoio à população e às várias empresas do concelho. O centro de saúde funciona todos os dias com os três médicos nas instalações do edifício da junta de freguesia. O acesso aos serviços da autarquia, que funcionam no primeiro piso, ainda não está acessível, mas nas traseiras da junta está já a ser construída a futura sede, que terá também garagem, arrecadações, ferramentaria, salão, refeitório e balneários. Em breve Aveiras de Cima irá receber um gabinete com serviços descentralizados da Câmara Municipal de Azambuja para facilitar a vida aos munícipes da vila, obrigados a percorrer 10 quilómetros até à sede de concelho.As acessibilidades rodoviárias são o ponto forte da freguesia que tem ali à porta uma das saídas directas da principal auto-estrada do país. Aquela que é uma das grandes vantagens da freguesia acaba por tornar-se num factor de constrangimento.Para evitar os grandes fluxos de trânsito que atravessam a vila por causa da auto-estrada está já a ser estudada pela câmara municipal uma possível variante alternativa, mas o presidente da junta lembra que ainda faltam alguns anos até que seja concretizada. Alguns dos veículos pesados que atravessam a zona são camiões da empresa de combustíveis CLC, a maior empresa sediada na freguesia, e dos grandes produtores de vinho da terra.Os habitantes que não trabalham na indústria, que só há pouco surgiu no concelho, têm que deslocar-se diariamente para fora. Há muito que a agricultura deixou de ser a principal actividade da vila. As empresas que trabalham na vila têm conseguido que o vinho das castas produzidas nos campos de Aveiras de Cima alcance a fama. Alguns dos vinhos mais requintados já conseguiram a classificação de vinhos de qualidade produzidos em região demarcada.O comércio da vila é forte. Existem escolas de condução, restaurantes, lojas, papelarias, farmácias e um núcleo da Cruz Vermelha. Muitas das lojas estão concentradas na movimentada e estreita rua principal, o que leva a que em certas alturas do dia se formem filas de estacionamento em plena faixa de rodagem.As empresas vinícolas, a fábrica de detergentes e o sector da construção também ocupam muitos dos habitantes que de manhã saem e regressam à noite nas carrinhas das empresas.Um dos pontos negros é a falta de saneamento básico que ainda se encontra a 50 por cento na freguesia. A câmara já se comprometeu a avançar com as obras nos Casais do Vale de Brejo, um dos lugares da freguesia, que se estende ainda por Casais das Amarelas, Casais das Inglesas, Casais de Vale Coelho e Comeiras.A falta de estacionamento é outro dos problemas da freguesia, que o presidente quer eliminar construindo um parque na Rua das Salgadas. A criação de um complexo com jardim infantil e polidesportivo é outro dos sonhos de Justino Oliveira. A ideia é construir um espaço de lazer que os mais velhos e os mais novos possam partilhar.Ana Santiago
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