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Correios da Lamarosa nas mãos da junta

Correios da Lamarosa nas mãos da junta

Só falta assinar o protocolo com os CTT

O edifício onde funciona a estação dos correios da Lamarosa vai ser doado à Junta de Freguesia de Olaia. A autarquia passa a assegurar esses serviços.

Depois de meses de negociações, o edifício dos correios da Lamarosa, freguesia de Olaia (Torres Novas), vai ser doado à junta de freguesia, que garantirá a continuidade dos serviços. Para o processo estar terminado falta assinar o protocolo com os CTT – Correios de Portugal, mas à junta já chegou uma carta da administração da empresa, datada de 15 de Abril, a confirmar a doação.A data para a formalização da doação ainda não está marcada, mas uma carta assinada pelo administrador dos CTT, Manuel Baptista, garante que o assunto está resolvido. A empresa responsabiliza-se também pelo pagamento mensal de 450 euros à junta de freguesia.Logo que tudo esteja “preto no branco”, a junta presidida por Hélder Rodrigues (PS) tenciona fazer obras e instalar no primeiro andar do edifício uma biblioteca e um espaço multimédia.“A junta vai apresentar candidaturas aos programas de modernização administrativa e para a melhoria de equipamentos urbanos e utilização colectiva. Pensamos que as obras que tencionamos fazer rondem os 100 mil euros”, informa o presidente da junta.O processo dos correios da Lamarosa arrasta-se desde Setembro, altura em que a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) assinou com os CTT um protocolo em que se estipulava que os serviços dos correios passariam a fun-cionar nas juntas de freguesia.Neste contexto, os CTT fariam dos seus edifícios o que muito bem entendessem - encerravam-nos e podiam vendê-los a particulares. Mas, na Lamarosa, o imóvel anexo à sede da junta pertencia à freguesia. Segundo Hélder Rodrigues, o prédio foi construído por um elemento da família Vale e Azevedo, natural da Lamarosa, nos finais dos anos 30.“Era uma pessoa com grandes conhecimentos nos Correios e pediu para ter esse serviço na Lamarosa. Pelo que se conta disseram-lhe que arranjasse o local e os Correios viriam no dia seguinte”, explica o autarca.Anos mais tarde, por um “auto de cessão”, o edifício, com rés-do-chão e primeiro andar, onde residia a funcionária, passou para a posse da Casa do Povo e a ela reverteria caso os correios fechassem. A maior parte das casas do povo foram extintas depois do 25 de Abril e em 1997 os CTT, ao abrigo da legislação, registaram o edifício em nome próprio.“Nós não sabíamos nada disto”, continua Hélder Rodrigues: “Só tomámos conhecimento quando a ANAFRE, sem consultar as juntas, resolveu assinar o protocolo”.Depois de vários contactos, os CTT consideraram legítimas as pretensões da junta. Mas para tomar uma decisão queriam saber qual a posição da Casa do Povo, entretanto reactivada.“A Casa do Povo, que tinha como actividade o rancho folclórico, esteve praticamente parada até há quatro anos. Convocou-se uma assembleia geral e os representantes concordaram em que os correios passassem para a junta”, esclarece Hélder Rodrigues.Quando tudo parecia estar tratado, surge novo problema. A empresa vem dizer que para o edifício ser doado à junta esta teria de indemnizar os CTT das obras efectuadas no imóvel em 1996, que ascendiam a cerca de 150 mil euros.Nova confusão. “Ninguém imagina o que isto tem sido”, lamenta o presidente. De facto, em 1996 foram feitas obras, mas custeadas pela junta e orçaram em apenas 400 euros. Resumiram-se a pintura exterior e arranjos nas portas e janelas.Esclarecido o assunto, os CTT vão assinar um documento em que fazem a doação gratuita do edifício à junta e o pagamento mensal de 450 euros, que permite a abertura dos serviços durante a manhã, das 9 às 12 horas.“Foram essas as exigências que fizemos e pela carta que recebemos, assinada pelo administrador Manuel Baptista está acordado”, diz o presidente, prestes a estar livre deste pesadelo. Margarida Trincão
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