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Morreu o padre Daniel Lopes

Pároco de Benavente nos últimos 16 anos

O padre Daniel Lopes esteve 16 anos à frente da paróquia de Benavente. A sua ligação à região fez do sacerdote uma figura carismática. Morreu aos 68 anos.

Faleceu, no dia 21 de Abril, vítima de doença prolongada, o padre Daniel Lopes, pároco de Benavente durante os últimos 16 anos. Contava 68 anos. Ao longo dos últimos 28 anos sofreu várias intervenções cirúrgicas e foi internado em estado grave no Hospital de Santarém várias de vezes. Segundo nos revelou Miguel Cardoso, um dos seus grandes amigos, “era frequente encontrar o Padre Daniel entubado e com soro a dar apoio aos outros doentes com palavras de esperança”.Em Novembro passado, sofreu delicada intervenção cirúrgica. Os últimos cinco meses foram de intensa “luta pela vida”. Os médicos que o acompanharam sublinharam “a capacidade de sobrevivência e de recuperação” do padre Daniel. Antes de falecer, chegou a partilhar com o seu amigo o sofrimento que estava a sentir. “Desde cedo que decidi entregar a minha vida ao serviço de Deus, e tentei sempre dar o meu melhor apesar das minhas limitações. Sinto que por onde passei construí algumas igrejas e centros de apoio. Deixei muita gente amiga e levei muita gente até Deus. Agora sinto uma grande paz. Esperava que por me ter dado tanto, que Deus me desse um final de vida mais tranquilo, mas se ele quer que seja assim, então será como ele quer. Eu estou disponível”, terá dito ao seu confidente.O padre Daniel Lopes foi sepultado no cemitério de Muge, no dia 22. A missa de 7º Dia realiza-se, hoje, dia 29, às 18h30, na Igreja Matriz de Benavente.Um padre ao serviço do povoO Padre Daniel Lopes nasceu em Folgozinho, concelho de Gouveia, a 29 de Maio de 1935. Frequentou o seminário em Santarém, Almada e Olivais, e foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Patriarca, Manuel Gonçalves Cerejeira, na Sé Patriarcal de Lisboa, no dia 15 de Agosto de 1960. Poucos dias depois, a 21 de Agosto, na quinta de um amigo, no Seixal, foi celebrada a sua Missa Nova. A primeira nomeação aconteceu logo no mês seguinte, a 17 de Setembro, para Muge, Marinhais, Glória do Ribatejo, Benfica, Cortiçóis e Foros de Benfica. Em 1961, foi indicado pároco dessas localidades, onde permaneceu até 1974. Durante todos estes anos, realizou uma obra pastoral reconhecida por todos os que o conheciam. Com a ajuda de um grupo de leigos, construiu a Igreja Nova de Marinhais, e promoveu inúmeras campanhas de solidariedade. Na década de 70 foi nomeado professor de Português, Filosofia e História, na Escola da Raret, em Glória do Ribatejo. A sua missão religiosa levou-o até Cascais, onde foi nomeado coadjutor de Cascais até 1977, e professor de Religião e Moral na escola João Lúcio de Azevedo, durante dois anos. Em Dezembro de 1975, foi também nomeado Capelão do Hospital Distrital de Cascais, cargo que exerceu até 1977 tendo criado um “Grupo de Visitadores Voluntários dos Doentes” que apoiava os doentes mais desamparados. Daí seguiu para Lisboa, onde foi nomeado, pelo Cardeal Patriarca António Ribeiro, Pároco de S. Vicente de Fora. Cargo que ocupou até 1983. Nessa paróquia ajudou a construir um centro de dia para idosos, uma vez que a comunidade local era carente neste aspecto. Depois de tanto trabalho em prol de várias comunidades, o padre Daniel Lopes acabou por deixar S. Vicente de Fora. Pediu um “Ano Sabático” para descansar e regressou ao Ribatejo, que o viu nascer para o sacerdócio, onde acabou por se despedir da vida.Mário Gonçalves

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