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“Sem agricultura não há população”

“Sem agricultura não há população”

Seminário reflecte sobre consequências do abandono das terras
A importância da agricultura na afirmação da identidade do Médio Tejo e as consequências para essa região do abandono das terras vão ser analisadas, em 9 Maio, num seminário apoiado pela Comissão Europeia e pela UNESCO a realizar em Tomar.O seminário está a ser organizado pelo Parque Arqueológico e Ambiental do Médio Tejo (PAAMT), criado há um ano para coordenar acções em torno desta temática, congregando duas dezenas de entidades, entre as quais oito autarquias, várias organizações não governamentais e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT).Esta “experiência completamente nova e relativamente inédita” em Portugal “chamou a atenção da UNESCO”, disse à Agência Lusa um dos promotores do projecto.Segundo Luiz Oosterbeek, director do Museu de Arte e Pré- História de Mação e docente do IPT, o seminário “A Agricultura na Cidade”, agendado para o Dia da Europa, vai contar com o apoio e a presença da Unidade de Gestão do Território da Comissão Europeia e da Direcção Geral do Património Cultural da UNESCO.Será um “desafio” às pessoas que, “em diversos contextos e funções, têm contribuído para a afirmação da região”, para pensarem em conjunto no futuro de uma zona que sofre de graves problemas demográficos, adiantou.Luís Mota Figueira, director do Museu Agrícola de Riachos (Torres Novas) e docente do IPT, disse, por seu turno, à Lusa que o encontro constitui “uma nova proposta de ver o território e as pessoas”.Existe a convicção de que “não há crescimento económico se não existir um aspecto demográfico positivo e estamos a ver que há uma demografia com graves problemas de nivelamento”, sustentou.Além da perspectiva histórica sobre a introdução da agricultura, na região há sete mil anos, e da perspectiva etnográfica, o seminário abordará aspectos que têm a ver com o desenvolvimento desta área geográfica, sendo antecedido, nos dias 7 e 8 de Maio, de uma componente de visita a locais da região relacionados com os temas em debate.Partindo da perspectiva de que “nunca existiu um verdadeiro divórcio entre a agricultura e a cidade” e de que “sempre que a agricultura entrou em crise, a cidade decaiu”, Luiz Oosterbeek defendeu ser preciso debater as implicações do abandono das terras.A agricultura nunca será substituída pela indústria ou pelos serviços como factores de emprego e desenvolvimento, porque sem ela não há população nem mão-de-obra, adiantou.Em vez de um congresso “para definir linhas de acção imediata”, a equipa que tem vindo a dar corpo ao PAAMT decidiu organizar um seminário no qual participem os líderes locais com o objectivo de encontrar dois ou três temas “em que valha a pena o investimento em conhecimento”, disse ainda.
“Sem agricultura não há população”

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