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Cartão vermelho a gestão de Rui Barreiro

Cartão vermelho a gestão de Rui Barreiro

Oposição chumba contas na Assembleia Municipal de Santarém

As contas da Câmara de Santarém foram chumbadas na assembleia municipal pelo segundo ano consecutivo. A oposição não perdoou o aumento da dívida em quase 9 milhões de euros, a baixa execução do plano de actividades e o aumento das despesas correntes.

A gestão socialista da Câmara de Santarém em 2003 levou cartão vermelho da oposição na assembleia municipal de sexta-feira. As contas de gerência e o relatório de actividades foram chumbados à tangente com os 22 votos contrários das bancadas do PSD e da CDU. Os 21 votos favoráveis do PS não chegaram, apesar de os presidentes de junta da CDU e o eleito do CDS/PP terem optado pela abstenção.A discussão do ponto alto da sessão começou por volta da uma da madrugada. Durante duas horas repisaram-se argumentos, repetiram-se críticas e elogios à gestão do executivo liderado por Rui Barreiro. A oposição salientou a atitude “despesista” que levou ao aumento das despesas correntes, ao acréscimo da dívida da autarquia em 8,7 milhões de euros e à baixa taxa de execução do plano de actividades, que ficou aquém dos 50 por cento - a CDU fala em 40% e o PSD em 32%.José Luís Cabrita foi o único eleito da CDU a falar sobre o assunto, tendo afirmado que se a câmara estava à beira do abismo no início do actual mandato, a gestão de Rui Barreiro “deu um passo em frente”. E considerou não haver muito mais a dizer, já que “os números são demonstrativos da má gestão socialista”.Da parte do PSD sucederam-se as intervenções, muitas vezes repetidas no conteúdo. Críticas para o agravamento do passivo, para a incapacidade em travar o aumento de despesas correntes e para o atraso na liquidação de dívidas antigas, algumas de valor irrelevante. Os documentos indicam que há 518 credores de quantias inferiores a mil euros e que inclusivamente há um débito da ordem dos 30 mil euros nas “vendas a dinheiro” – um caso considerado inédito por Pedro Veloso.A bancada do PS preferiu contornar a questão financeira, embora reconhecendo as dificuldades, para centrar o discurso na obra feita e nas condicionantes à gestão derivadas da conjuntura económica, do incumprimento da Lei das Finanças Locais e da restrição de acesso ao crédito por parte das autarquias imposta pelo actual Governo. Mesmo assim, Carlos Catalão deixou claro que “estas não são as contas que gostaríamos de apresentar”.O presidente da câmara, Rui Barreiro (PS), justificou o aumento das despesas correntes com os serviços prestados pela autarquia em áreas como a educação (refeições, transportes escolares), desporto (manutenção do complexo aquático), ordenamento do território (elaboração de planos de pormenor), conservação da rede viária ou ambiente (funcionamento da ETAR de Santarém).Afirmou ainda que a estratégia passou por dar prioridade às obras comparticipadas por fundos comunitários, de forma a aproveitar o dinheiro disponibilizado por Bruxelas, em detrimento de uma restrição no investimento, que a débil situação financeira poderia aconselhar. “A opção foi para que Santarém não se atrase relativamente a outras capitais de distrito”, explicou Rui Barreiro, ressalvando que nunca elegeu como primeira prioridade a “reversão imediata” do passivo.O chumbo das contas não tem qualquer implicação prática na gestão da autarquia.
Cartão vermelho a gestão de Rui Barreiro

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