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Santarém vai queixar-se ao Governo

Santarém vai queixar-se ao Governo

Câmara diz que o concelho tem sido discriminado em termos de investimentos públicos

Os autarcas de Santarém queixam-se que o concelho está a ser discriminado pelo Governo e suspeitam que haja “intenções políticas” por detrás dessa realidade.

O executivo da Câmara de Santarém vai expressar junto do Governo a sua insatisfação pela “discriminação negativa” a que o concelho tem estado sujeito em termos de investimentos públicos.Na reunião de câmara de segunda-feira, vários elementos do PS e da CDU referiram exemplos de situações que, na sua óptica, configuram tratamento desigual face a outros concelhos da região.O facto de o centro de saúde da cidade não ter, há anos, as mínimas condições para utentes e profissionais, a indefinição quanto à construção da Extensão de Saúde de São Nicolau, a instalação do Tribunal Administrativo de círculo em Leiria e o deslizamento no tempo de alguns projectos rodoviários levaram a vereadora da CDU Luísa Mesquita a sugerir uma tomada de posição firme junto do Governo.“Todas as capitais de distrito têm um centro de saúde de raiz. As principais cidades do distrito têm um centro de saúde de raiz. Por que carga de água é que Santarém não tem um centro de saúde de raiz?”, questionou a vereadora, que é também deputada do PCP à Assembleia da República. “É uma vergonha que sendo reconhecida essa prioridade não haja vontade política para a sua construção”, acrescentou Luísa Mesquita, sugerindo que uma delegação do executivo, englobando membros de todas as forças políticas nele representadas, vá a Lisboa “dizer que esta situação tem de ser resolvida a curto prazo”.Uma sugestão que os eleitos do PS acolheram, com o presidente da câmara, Rui Barreiro, a revelar que tem reclamado junto da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo a resolução urgente de alguns desses problemas. O autarca afirmou mesmo que o prazo para o início das obras da Extensão de Saúde de São Nicolau “já expirou”, pelo que a câmara pode accionar a cláusula de reversão do terreno que havia doado ao Estado para a construção do equipamento. Mas primeiro ainda vai conversar com a ARS.Rui Barreiro contestou ainda o teor da resposta – “perfeitamente falsa” - do Ministério da Justiça a um requerimento da deputada Luísa Mesquita acerca da instalação do tribunal administrativo e fiscal em Leiria. No documento é referido que “efectuadas inúmeras pesquisas e solicitações, não foi encontrado ou disponibilizado qualquer imóvel na cidade de Santarém adequado à instalação do tribunal em questão”. Daí a opção ter recaído sobre Leiria.Uma justificação que Rui Barreiro diz não corresponder à verdade, alegando que nunca foi contactado por ninguém do Ministério da Justiça acerca dessa questão. “É mentira que a Câmara de Santarém tenha sido contactada neste mandato sobre essa matéria. Houve uma decisão de privilegiar uma cidade em detrimento de outra”, afirmou o autarca, sublinhando que um estudo independente dava Santarém como a cidade mais bem posicionada para receber essa estrutura.Os eleitos do PS e da CDU admitem que, face à ausência de investimentos públicos, haja, por parte do Governo, “intenções políticas” e “uma estratégia para secar o concelho” com fins eleitoralistas. Uma posição que não é partilhada pelos eleitos do PSD. Hélia Félix concordou que “é necessária uma maior afirmação de Santarém”, mas recordou que “o PSD só está no Governo há dois anos” e as questões “pertinentes” que foram levantadas “já deveriam ter sido resolvidas há muitos anos”. “Se dizem que Santarém está a ser discriminada, eu digo que está a ser discriminada há muito tempo”, acrescentou Hélia Félix, afirmando ter a certeza que “há empenhamento dos deputados do PSD e do PP para resolver os problemas “e que em breve haverá um novo centro de saúde na cidade”.
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