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Animação sem limites

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1º Festival de Jogos Tradicionais em Vila Franca
Quando se quer, tudo é possível. A confirmar a teoria, estiveram oito “dançarinas”, que apesar da sua deficiência mental levaram ao rubro os mais de 150 participantes do 1º Festival de Jogos Tradicionais adaptados para população em cadeira de rodas, que decorreu no dia 12 de Maio no Jardim de Vila Franca de Xira.Trajadas a rigor, as oito dançarinas da CerciPóvoa, a cooperativa de solidariedade social que organizou todo o evento, dançaram com grande destreza e alegria o “Tiroliroliro” numa versão “step”. A ovação foi total. Comovidas com a recepção, as executantes não conseguiram esconder algumas lágrimas. “Nós choramos mas é de alegria! Eles gostaram mesmo da nossa dança”, explicaram ao O MIRANTE, quase em coro. Mas nem só de dança se fez este festival. Mais de quinze instituições de ensino especial provenientes de todo o país puderam desfrutar, durante toda a manhã, de 16 jogos tradicionais espalhados por todo o jardim, escolhidos a dedo pelo Gabinete de Actividades Motoras Adaptadas da CerciPóvoa.Num ambiente sereno mas animado, do mais novo ao mais velho todos treinaram a pontaria derrubando um monte de latas, passaram pela árdua tarefa de encontrar, com a boca, rebuçados escondidos num recipiente com farinha e participaram em corridas em cadeira de rodas.Henrique Mourato, da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, não se importou de não ter participado. “Hoje só vim para ajudar os meus colegas das cadeiras de rodas. Mas não faz mal, porque também deu para passear. Eles gostaram muito de participar”, disse. Segundo Ana Paula Bettencourt, coordenadora do Gabinete de Actividades Motoras Adaptadas da CerciPóvoa, este festival destinava-se não só a promover os jogos tradicionais portugueses, enquanto elementos de cultura e lazer do nosso país, mas também a proporcionar à população com necessidades especiais a possibilidade de participar activamente nestes jogos. Durante os “Encontros de Futebol”, também organizados pela CerciPóvoa foi feito um pequeno teste. “Como a resposta foi muito positiva, pareceu-nos lógico organizar algo mais a sério”, explicou.Ao fim da manhã seguiu-se um almoço no jardim, que juntou numa grande camaradagem todos os participantes do Festival. Rita Palma de Mel, uma das participantes, está ansiosa pelo próximo evento. “Gostei dos jogos todos, mas preferi o primeiro. Tínhamos de pescar uma argola com um pau. Diverti-me muito com os meus amigos, agora só espero que para a semana haja mais!” A organização demorou perto de três meses a preparar esta iniciativa, mas pelo que se viu, valeu a pena.
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