Duas crianças andaram desaparecidas durante mais de uma hora
Falta de segurança no Centro Paroquial de Salvaterra de Magos
Duas crianças com cinco e seis anos fugiram, na passada sexta-feira, do jardim-de-infância do Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Salvaterra de Magos. As duas menores só foram encontradas uma hora e meia depois pela GNR local. Os pais lamentam a falta de segurança na instituição.
Duas crianças, com cinco e seis anos, fugiram, na sexta-feira, 14, do jardim-de-infância do Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Salvaterra de Magos. Joana Teles Ferreira e uma amiga da mesma sala conseguiram sair da instituição sem serem vistas pelas educadoras e auxiliares. Alguns encarregados de educação falam numa enorme falta de segurança e apontam responsabilidades ao jardim-de-infância. “Como é possível deixarmos os nossos filhos na instituição e não haver controlo nenhum”, referiu Regina Teles, mãe da Joana. As duas crianças terão fugido à hora de almoço, por volta das 11h30, e só terão sido encontradas às 13 horas, junto à EN-118 em direcção a Benavente. A localização só foi possível graças ao trabalho da GNR que “imediatamente iniciou as buscas”, como nos explicou o Capitão Marques. Para o comandante do Destacamento da GNR de Coruche, “a situação poderia ter sido perigosa, pois as duas crianças foram encontradas junto a uma estrada nacional com muito trânsito”. Regina Teles assegura que as autoridades não foram alertadas logo que as crianças desapareceram. Segundo a mãe de uma das crianças, a instituição terá tentado localizar as crianças e como não conseguiu comunicou aos pais. “Foram vistas funcionárias da creche a rondar a conservatória de Salvaterra (o seu local de emprego)”, facto que achou muito estranho. Segundo a mãe da criança, “o portão do jardim-de-infância nunca está fechado e a fuga de crianças pode acontecer a qualquer momento”. Esta não foi a primeira vez que fugiram crianças daquela instituição. Segundo conseguimos apurar junto de um outro encarregado de educação, que preferiu manter-se no anonimato, no passado mês de Dezembro, uma criança de quatro anos de idade conseguiu iludir a vigilância e fugir pelo portão. “Felizmente foi atempadamente recuperada nas redondezas da creche por um dos funcionários”, referiu a mesma fonte. Para Regina Teles, apesar destas ocorrências, nada tem sido feito para salvaguardar este tipo de situações. Precisamente no dia em que a filha fugiu, a mulher resolveu testar a segurança do jardim-de-infância e pediu a outra pessoa para ir buscar a criança à creche. E qual não foi o espanto da encarregada de educação quando essa mesma pessoa conseguiu entrar dentro das instalações, trazer a filha para junto da mãe e voltar a levá-la de novo. “E se fosse alguém que quisesse fazer mal à menina?”, questionou.“Casa roubada, trancas à porta” Confrontada com estes factos, a Madre Idalina, responsável pelo Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Salvaterra de Magos, limitou-se a dizer a O MIRANTE que “o problema já tinha sido resolvido junto dos pais” e, por isso, não prestava mais nenhuma declaração. Opinião diferente tem Regina Teles. Segundo a mãe de uma das crianças que fugiu, “nada foi resolvido”. A única informação que recebeu foi uma carta – a que O MIRANTE teve acesso – onde se apela a todos os encarregados de educação para “o cumprimento integral dos respectivos horários de entrada (9h30 no jardim-de-infância e 10h00 na creche), de modo a que as medidas tomadas se tornem eficazes”, acrescentando o mesmo comunicado que a intenção é colocar-se um sistema de “vídeo-porteiro”.Mário Gonçalves
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