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Posto na rua

Bombeiro da Chamusca recorre aos tribunais da pena de expulsão que lhe foi aplicada

Um elemento dos Bombeiros Voluntários da Chamusca, com quase 30 anos de serviço, queixa-se de ter sido expulso da corporação de “uma forma quase sumária”. Insatisfeito, resolveu constituir advogado e levar o caso até às instâncias judiciais. A intenção é ser readmitido.

A vida de António Condeço dentro dos Bombeiros da Chamusca começou a andar para trás, quando, segundo diz, na sua qualidade de ajudante de comando que exerceu durante 10 anos, se incompatibilizou com a forma como o comandante, Manuel Rufino, exercia as suas funções. “Nunca escondi a minha discordância, quanto aos valores de organização e de princípios que fomentam o orgulho pelos bombeiros. Por isso comecei a ser hostilizado pelo comandante e acabei por ser quase obrigado a apresentar o pedido de exoneração do lugar de ajudante de comando”, referiu António Condeço.A exoneração das funções foi aceite, “mas a perseguição continuou”. Na altura em que assumiu as funções de ajudante de comando era bombeiro de 1ª classe, mas em 1993 tinha feito um curso para subchefe, tendo ficado aprovado e quando decidiu regressar aos bombeiros fê-lo nessa qualidade. Em Setembro último, sete meses depois de usar o galão de subchefe em várias ocasiões à frente de toda a gente, António Condeço foi chamado ao gabinete do comandante para lhe ser comunicado que afinal não era subchefe, mas sim bombeiro de primeira, segundo uma ordem de serviço da Inspecção Distrital de Bombeiros de Santarém.António Condeço não concordou com a “despromoção”. Pediu explicações ao inspector distrital, já então Joaquim Chambel, que lhe respondeu que só havia duas vagas para esse posto nos Bombeiros da Chamusca e que as mesmas tinham sido ocupadas pelos dois primeiros classificados do curso. “Recorri e pedi explicações através do meu advogado ao inspector Chambel e ao comandante Manuel Rufino, e até hoje não recebi qualquer resposta. Fui de imediato incluído nas escalas de serviço como bombeiro de primeira, mas perante a sonegação de documentos pedidos, importantes para regularizar a minha situação, informei o comandante Manuel Rufino, por carta, de que não iria desenvolver os serviços escalonados até que a minha situação não fosse resolvida”, referiu António Condeço.A resposta foi a instauração de um processo disciplinar avulso, onde era acusado de falta de assiduidade e de não ter comparecido aos serviços de saúde para que tinha sido escalonado. Faltas que, segundo afirma, estavam devidamente justificadas pela carta enviada mas cujo conteúdo não evitou a pena de demissão compulsiva.Esta situação mexeu com a vida de António Condeço, que recorreu primeiro para o conselho disciplinar dos Bombeiros da Chamusca, que “como era previsível” manteve a pena atribuída pelo comandante. “Impotente para agir dentro da associação, que servi com dedicação durante 30 anos, fui obrigado a constituir advogado e a recorrer para o Tribunal Administrativo, para que seja reposta a minha honra e dignidade e o meu regresso ao activo nos Bombeiros Voluntários da Chamusca”.

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