O esforço dos profissionais que trabalham no serviço de urgência do Hospital de Vila Franca de Xira nem sempre é reconhecido. O médico António Soares diz que até já foi agredido e lembra casos em que o banco foi invadido por pessoas mais impacientes. “Precisamos todos de uma boa dose de civismo e educação, só assim as coisas poderão mudar”, alerta o cirurgião. Na linha da frente do serviço estão os homens da empresa de segurança. Usam uma farda, têm que manter a ordem, mas também são humanos. “Dentro do que me é possível tento sempre ajudar porque me custa ver a aflição das pessoas. Faço ver que os médicos dão o seu melhor, mas às vezes torna-se complicado, porque lidamos com os sentimentos das pessoas” explica. Apenas uma pequena parte das queixas apresentadas no hospital diz respeito ao sistema de informação. A restante prende-se com os tempos de espera. Apesar disso, João Guerra, director do serviço de urgência do Hospital Reynaldo dos Santos, espera vir a melhorar o serviço de informações. “Há a perspectiva da reintegração de assistentes sociais no “staff” ,explica.Os assistentes sociais já chegaram a integrar as equipas mas por questões administrativas foram retirados do serviço. Com o seu retorno, ainda a ser ponderado, espera-se que o trabalho dos enfermeiros possa vir a ser aliviado, e que o sistema de informação aos familiares ganhe novo fôlego.Para João Guerra, resta ainda a esperança de que as pessoas comecem a compreender melhor a dinâmica de funcionamento de um serviço de urgência, com todos os seus casos de última hora, e as dificuldades a nível de recursos humanos. Esta é a realidade que se vive diariamente no serviço de urgências do HRS. Por entre o desespero de quem espera, e a habilidade de quem trabalha com o que tem, vão-se acumulando as histórias de bravura e alguns rostos de desespero.