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Mudança dos feirantes a marcar passo

Câmara de Tomar garante que esta sexta-feira não haverá mercado na margem direita do Nabão

Ainda não foi desta que os vendedores do mercado semanal de Tomar mudaram para a outra margem do Nabão. Por decisão política da câmara. A situação arrasta-se desde final do ano passado, data inicialmente prevista para a transferência.

Pela segunda semana consecutiva, os feirantes que vendem às sextas-feiras no mercado de Tomar chegaram à cidade a pensar que iriam armar a banca na margem esquerda do rio Nabão. E, mais uma vez, foram encaminhados para os seus lugares habituais.O vereador da Câmara de Tomar, Ivo Santos, confirma que o recuo se deve a uma decisão política. “Senti que havia um burburinho na última semana e que a mudança podia gerar alguma confusão”, referiu ao nosso jornal.A Polícia de Segurança Pública (PSP) da cidade está pronta a assegurar a ordem mas avisa que é a autarquia que tem de criar as condições para que a mudança ocorra sem incidentes.“Neste tipo de mudanças as regras devem estar definidas à partida, como a atribuição devida dos novos espaços. A câmara tem mecanismos de controlo e deve accioná-los”, recomenda o comandante da PSP Lopes Martins.O vereador do pelouro admite que na última sexta-feira nem tudo estava certo relativamente à marcação dos espaços. E diz estar a tentar arranjar mais fiscais porque os dois actuais são poucos para cobrir o recinto.Os feirantes é que não têm visto com bons olhos o adiar da decisão final. E de cada vez que mudam uns poucos para a outra margem logo vozes discordantes se levantam. “Eu sei que tenho lá lugar marcado. Quero é ver se quando mudar não estará já lá outro qualquer”, refere Adelina Bruno, uma vendedora do Entroncamento. “Primeiro passaram os homens do fato, depois os vendedores que não são ciganos. Os feirantes ciganos são os últimos”, diz outra vendedora, que afirma ainda não ter lugar marcado na outra margem. “Se não me derem um lugar vou fazer guerra”, avisa.Entre os vendedores há quem ache que faltou à câmara coragem política para fazer uma mudança conjunta, à semelhança do que aconteceu ainda recentemente no Entroncamento. “Já devíamos ter mudado todos”, refere Luciano Garcia, de Ponte de Sôr, que também ainda não tinha lugar marcado.Carlos Sampaio, de Abrantes, tem o cartão com o número 63 e diz que outros mais novos já estão do lado de lá. “Isto é uma grande confusão. Se a câmara não sabe fazer as coisas deveria tentar aprender com outras autarquias”.Se há queixas dos que ainda não mudaram, os que já estão na margem esquerda também não estão contentes. Dizem que o espaço que o município lhes deu é mais pequeno, que estão em cima uns dos outros. “Parece a casa dos coelhos”, diz Maria de Lurdes Martins.Na próxima sexta-feira o vereador Ivo Santos garante não haverá um único vendedor na margem direita do rio. Os feirantes esperam que à terceira seja de vez.Margarida Cabeleira

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