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Oposição com muitas dúvidas

Entroncamento discute adesão à empresa Águas do Centro
A Câmara do Entroncamento discutirá na segunda-feira, 31 de Maio, a eventual adesão do município à empresa Águas do Centro. O dossiê foi entregue aos ve-readores e as forças da oposição levantam sérias dúvidas quanto à continuidade do processo. Por um lado pelos compromissos a que o concelho fica obrigado, por outro pelo “pouco” rigor do estudo apresentado. Os responsáveis pelo projecto trabalharam com dados ultrapassados, pelo menos no que diz respeito à população residente e ao crescimento demográfico. O contrato terminaria em 2034 e nessa altura o Entroncamento teria uma população de 18.500 habitantes, isto é tantos quantos existiam em 2001, segundo do último censos. A base dos cálculos foi feita a partir do censos de 1991, o que ocasiona o subdimensionamento das infra-estruturas a construir.Estes são os pontos de partida para as principais críticas da oposição. O Bloco de Esquerda questiona a ausência de “perspectivas claras de alteração do carácter multimunicipal da empresa e a alienação do capital ao sector privado, tornando a água “um negócio”. Por outro lado, coloca como alternativa às Águas do Centro uma solução intermunicipal no âmbito da Comunidade Urbana do Médio Tejo.O Partido Socialista, representado pelos vereadores Valente de Almeida e José Eduardo Fanha Vieira, vai mais longe e foca os custos quer para os munícipes quer para o município que o abastecimento público através das Águas do Centro pode acarretar. A análise mais detalhada foi feita, neste primeira fase, pela CDU. António Ferreira, vereador eleito pela coligação, faz a comparação entre o crescimento demográfico para concelhos tão diferentes como os do Entroncamento e de Mação - neste último a previsão apontada é de 52 por cento e para o primeiro de 19%. Em relação aos consumos, as estimativas também apresentam algumas contradições, no entender da CDU. Para Sardoal estão calculados 150 litros/dia por habitante e para o Entroncamento 130 litros. “Estas previsões contrariam o que é consensualmente apontado pelos especialistas, que o consumo por habitante é tanto maior quanto maior é o aglomerado populacional e o nível de vida da população. O Entroncamento tem um rendimento per capita de 126 pontos percentuais, muito superior à média regional e nacional”, afirma.No fim de contas, pergunta a CDU: “O que é que o Entroncamento ganha com o abastecimento em alta pela empresa Águas do Centro e não pela EPAL, que nos tem fornecido até agora?”.Mais do que perguntas e críticas, o presidente da autarquia, Jaime Ramos (PSD), pede que sejam apresentadas alternativas. Mas a oposição diz ainda não ter percebido qual a necessidade de encetar um processo destes.Recorde-se que a empresa Águas do Centro propôs à Câmara do Entroncamento para, mediante a assinatura de um protocolo entre as duas entidades, proceder a obras de beneficiação da estação elevatória do Entroncamento. Estes trabalhos serão gratuitos para a autarquia caso se registe a adesão do município às “Águas do Centro”. Caso contrário a autarquia terá de ressarcir a empresa dos custos e dos juros, caso existam.

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