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Prego no pão

Prego no pão

Habitante de Tomar fez queixa na PSP e no IGAE

Um habitante de Tomar comprou um pão caseiro num supermercado da cidade que trazia um “brinde” – a cabeça de um prego. O homem apresentou queixa à PSP e à Inspecção Geral das Actividades Económicas. A gerente da padaria afirma-se de consciência tranquila.

Sábado, 8 de Maio, começou da pior maneira para Richard Matos. Quando ao pequeno-almoço trincava uma torrada de pão caseiro sentiu qualquer coisa dura a bater-lhe nos dentes e descobriu que o pão trazia um “brinde” – uma cabeça de um prego.O habitante de Tomar dirigiu-se de imediato ao Intermarché da cidade, onde dois dias antes tinha adquirido o pão. Apesar da evidência, o responsável da superfície comercial acabou por declinar qualquer responsabilidade, uma vez que aquele tipo de pão – cozido em forno de lenha - é fabricado numa panificadora de Rio Maior e não nas instalações do supermercado.Richard Matos não ficou satisfeito com a explicação, pediu o livro de reclamações interno – os supermercados não são obrigados a ter livro de reclamações exigido por lei, o chamado livro amarelo – e acabou mesmo por chamar a PSP.“Não consigo entender a falta de responsabilidade do responsável da loja, que sacudiu de imediato a água do capote para cima da panificadora. A questão é que foi o Intermarché que me vendeu o produto, não foi a panificadora”, refere Richard, acrescentando que foi a tentativa de minimizar a questão por parte do gerente de loja que o levou a chamar as autoridades.Ao nosso jornal Paulo Alfornelo, gerente do Intermarché de Tomar, afirmou que foi a primeira vez, em dez anos de actividade, que algo do género aconteceu. E reafirma que a superfície comercial não pode ser responsabilizada pelo incidente uma vez que apenas revende o pão, não o fabrica.Indignado, Richard Matos refere que quem vende um artigo deve responsabilizar-se por qualquer anomalia que ele contenha, quanto mais não seja pedindo explicações ao fornecedor. “Eu podia ter partido um dente ou engolido a cabeça do prego”, queixa-se.A PSP acabou por tomar conta da ocorrência e levantar um auto de notícia, enviando-o para a Inspecção Geral das Actividades Económicas (IGAE), juntamente com o pão e o prego. Esta segunda-feira, Richard Matos recebeu uma carta da delegação de Santarém do IGAE onde se lê que o organismo “irá adoptar as diligências necessárias no âmbito das suas competências de fiscalização relativamente à situação descrita”.Panificadora de consciência tranquilaQuem não parece estar muito preocupada com a questão é a gerente da Panificadora Costa Ferreira, de Rio Maior. Apesar de afirmar ser esta a segunda vez que algo do género lhe acontece – a primeira foi há cerca de um ano, quando um morador do Entroncamento encontrou um parafuso de uma das pás num pão – Rita Costa refere que estas coisas são normais quando se coze a lenha.A gerente da maior panificadora do distrito de Santarém diz que o prego só poderia vir da lenha de eucalipto que é colocada diariamente nos fornos e não acredita que o morador de Tomar o tenha encontrado dentro do pão. “O prego só podia estar no lar do pão (base do pão que fica em contacto com o lar do forno)”, afirma a responsável, adiantando que em todo o circuito da feitura do pão “é impossível entrar algo do género”, a não ser qualquer parafuso das pás, o que não é o caso.“Cumprimos todas as normas exigidas por lei, temos um controlo de qualidade rigoroso e até gostaríamos de convidar o cliente a vir cá fazer uma visita”, diz Rita Costa. Margarida Cabeleira
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