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Negócio dos cavalos tem futuro

Criadores ainda produzem por paixão mas acreditam que o sector vai evoluir

A fileira do cavalo ainda está por explorar na sua plenitude, mas os criadores da região acreditam que o negócio tem futuro. Produzir a raça Lusitana é uma aposta na defesa de um produto genuinamente português.

A criação de cavalos, sobretudo o Lusitano, é uma actividade considerada com grande potencialidade. E é nisso que está a apostar o criador José Gomes Aires, da Quinta da Rainha, em Torres Novas. O negócio envolve sobretudo um grande amor à camisola. José Aires iniciou o negócio há 20 anos, pelo desejo de produzir cavalos de qualidade, para serem usados em provas de obstáculos. Inicialmente vendia o “Cavalo Português de Desporto” a praticantes de provas desportivas, incluindo o Estado (Exército e GNR). Com o início da criação do puro-sangue Lusitano a área de negócio alargou-se e José Aires chega a exportar animais. Actualmente o negócio ainda não é muito lucrativo, mas o criador espera que as coisas mudem dentro de algum tempo. Considerando que o cavalo não é um bem de primeira necessidade, o criador identifica outras contingências da actividade. É o caso dos ciclos de produção muito longos, uma vez que os cavalos são geralmente vendidos a partir dos três anos de idade, quando o desenvolvimento ósseo e muscular se aproxima da maturidade. O preço dos cavalos não é uma coisa que se possa quantificar à priori. O valor depende muito das características do animal, que pode custar muitos milhares de euros. Um puro-sangue Lusitano pode ser adquirido a partir de 7.500 euros. É preciso mais marketingPara o criador de Salvaterra de Magos, Gonçalo Ornellas, as pessoas pensam que a venda dos cavalos é uma galinha dos ovos de ouro. Mas no seu entender o sector está ainda longe da considerada boa rentabilidade. E acrescenta que produzir cavalos implica investimentos muito grandes e não se vendem animais todos os dias. Reconhecendo que a venda do cavalo Lusitano tem vindo a evoluir, Gonçalo Ornellas considera que só daqui a dez anos seja possível aos criadores portugueses terem bons lucros. Nesse sentido, defende, produzir a raça Lusitana é uma aposta dos criadores na defesa de um produto genuinamente português. Gonçalo Ornellas avisa que é preciso mais profissionalismo, apostar em equídeos de qualidade para ganhar nichos de mercado no estrangeiro e sobretudo desenvolver o marketing à volta desta área de negócio. E destaca que o Estado não está sensibilizado para apoiar os criadores na defesa deste produto além fronteiras.

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