Francisco Perestrelo, responsável pelo departamento equino da Companhia das Lezírias (CL) considerou, no entanto, que foi um risco realizar um certame internacional numa altura em que decorre o Euro 2004, mas a grande afluência de pessoas ao evento demonstrou que o mesmo foi muito positivo.Numa região que concentra a maior parte das coudelarias na-cionais que se dedicam ao cavalo lusitano, a Sociedade das Silveiras, de Samora Correia, distinguiu-se e conquistou três troféus. A égua Vistosa foi a campeã, o cavalo Violino foi o campeão dos machos. A sociedade arrecadou ainda o título de Campeão dos Campeões Lusitano de Ouro com um poldro de dois anos.Na entrega de prémios esteve Sevinate Pinto, ministro da Agricultura, que deixou palavras de incentivo aos criadores nacionais.A Companhia das Lezírias foi escolhida pela Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro-sangue Lusitano porque reú-ne as melhores condições do país para a prática desta modalidade. O mais importante evento dedicado ao cavalo Lusitano colocou em competição, nas diferentes modalidades, cerca de 300 cavalos de criadores nacionais e estrangeiros. Modelo e andamentos, equitação à portuguesa, equitação de trabalho e dressage foram as modalidades que estiveram em prova. O evento permitiu também promover e divulgar, em Portugal e no estrangeiro, a raça Lusitana que é um dos produtos portugueses de maior sucesso internacional. Isso mesmo foi confirmado a O MIRANTE por François Perrière, um cavaleiro e criador francês, responsável pela criação da Associação Francesa do Cavalo Lusitano. Conta que se apaixonou pelo cavalo Lusitano em 1973, altura em que veio a Portugal para montar. A sua paixão foi de tal ordem que, um ano mais tarde, ajudou a criar a associação em França. Hoje, já existem 40 criadores, e todos os anos nascem 400 cavalos de Puro-sangue Lusitano, em França.Segundo François Perrière, o cavalo Lusitano é um relevo absoluto no seu país. Tudo isto graças à sua polivalência. E se comparar o “Lusitano” ao “Sela Francesa” não hesita em referir que escolhe o português. “É um cavalo mais fácil de instruir, de melhor trato e até responde mais facilmente a alguma falha do cavaleiro”. Para aquele que foi durante 17 anos vice-presidente da Associação Francesa do Cavalo Lusitano, uma pessoa muito experiente na organização de eventos internacionais, Portugal tem muito boas condições para a realização de certames desta natureza. “E este XVI Festival Internacional do Cavalo Puro-sangue Lusitano, realizado na Companhia das Lezírias, é um exemplo disso mesmo”, referiu.Segundo o criador, Portugal é um país onde se fazem coisas maravilhosas. “Existem condições para se poder desenvolver vários projectos, no entanto, os portugueses não apostam na divulgação do melhor que têm e fazem”, sublinhou.Neste momento, a CL já pensa na sua próxima grande organização. Trata-se de uma prova de ensino no âmbito da Taça de Portugal, prevista já para o mês de Julho. Depois, as atenções serão centradas no Concurso Internacional de Saltos marcado para o mês de Setembro. Mário Gonçalves