José Miguel Noras, presidente da Assembleia Municipal de Santarém, é o primeiro presidente da assembleia da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT). Nas eleições realizadas quinta-feira, 17, votaram 31 dos 35 elementos que compõem o plenário, tendo a lista liderada por Noras, afecta ao PS, obtido 14 votos. A lista apresentada pela coligação PSD/CDS, encabeçada por Eurico Saramago, obteve 8 votos. CDU e Bloco de Esquerda, as outras forças políticas representadas no novo órgão, não apresentaram nem apoiaram qualquer lista.Notadas foram as ausências de três eleitos socialistas – as presidentes das assembleias municipais de Alpiarça, Cartaxo e Coruche, respectivamente Vera Noronha, Ana Benavente e Luísa Portugal.Aliás, entre os socialistas da Lezíria do Tejo notou-se que a reforma administrativa que conduziu à criação das áreas metropolitanas e das comunidades urbanas não satisfaz totalmente. Sobretudo devido à divisão que provocou na região, com a constituição de duas comunidades urbanas (Médio Tejo e Lezíria) em detrimento de uma única área metropolitana do Ribatejo.José Miguel Noras, no breve discurso após a sua eleição para a presidência da mesa da assembleia da CULT, deixou essa nota, manifestando a sua “esperança na ressurreição do Ribatejo” a médio prazo.De qualquer forma, o presidente da assembleia da CULT declarou que vale a pena aproveitar a oportunidade que se abre “para fazer mais e melhor em torno dos principais objectivos e projectos que animam os diversos concelhos” que integram a comunidade.Na altura foi também empossada a Junta da CULT, o órgão executivo que será presidido pelo também presidente da Câmara de Almeirim Sousa Gomes (PS). Os vice-presidentes serão António Ganhão (CDU), presidente de Benavente, e Paulo Caldas (PS), presidente do município do Cartaxo.A escolha da direcção da CULT resultou da unanimidade entre os presidentes dos 11 municípios envolvidos – Azambuja (PS), Alpiarça (PS), Almeirim (PS), Benavente (CDU), Cartaxo (PS), Chamusca (CDU), Coruche (PS), Golegã (PS), Rio Maior (PS), Salvaterra de Magos (BE) e Santarém (PS).Sousa Gomes sublinhou esse consenso e afirmou esperar que no futuro esse espírito continue a imperar, tanto na junta como na assembleia. “Seria sintoma de que púnhamos a região acima dos interesses políticos e pessoais”, afirmou o autarca, manifestando ainda esperança que as comunidades urbanas venham a ser contempladas com algumas competências actualmente nas mãos da administração central. “Estamos aptos e de braços abertos para as receber”, concluiu.Curiosa foi ainda a intervenção do presidente da Câmara da Azambuja, Joaquim Ramos (PS), que justificou a adesão daquele concelho do distrito de Lisboa à CULT dizendo que na hora da escolha o apego à “alma ribatejana” falou mais alto. Azambuja é o único município que integra a comunidade que não pertence ao distrito de Santarém.