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Insofismável Manuel Serra D?Aire

O MIRANTE Cor de Rosa acertou em cheio quando disse que o Euro 2004 também passaria pela nossa região. E já lá vão uns meses. Tal visão e clarividência mostram que a nossa conterrânea Linda Reis tem concorrência a pedir-lhe meças. Pelo menos no que aos vaticínios diz respeito, pois do resto não é bom falar…Estou para aqui com este relambório todo para te dizer que mais uma vez Nossa Senhora de Fátima não nos deixou ficar mal e converteu os ingleses tal como já havia feito no século passado com os russos. Eu já desconfiava que andava dedo divino a proteger a nossa selecção. Mas saber que alguém do nosso distrito tem participação mais activa nas nossas vitórias que o casmurro do Scolari ou o atarantado do Pauleta – que de tanto queijo comer se esqueceu de marcar golos! - é melhor que melão com presunto.Saber que Figo esteve no balneário agarrado, salvo seja, a uma imagem de Nossa Senhora de Fátima na hora dos penaltis é comovente. Há quem ponha em causa o nível intelectual dos nossos artistas da bola, mas o nosso número sete ao reconhecer que era mais útil à equipa recolhido em oração do que a arrastar-se no campo mostra o contrário. Os profetas da desgraça ficaram também a saber que afinal sempre há na nossa região quem tenha peso para influenciar decisões em Lisboa a nosso favor. Nossa Senhora de Fátima provou-o em pleno estádio da Luz contra os “bifes”. E é bom lembrar que já na altura do derrame de petróleo na Galiza foi ela que protegeu a nossa costa, como avisadamente revelou, com ar grave, o ministro da Defesa Paulo Portas. Falta-lhe agora uma última prova: colocar como primeiro-ministro o nosso Miguel Relvas. Mas as coisas estão bem encaminhadas, até porque Fátima é uma zona “laranja” por natureza.Imarcescível Manel gostei também daquela da reciclagem de bandeiras nacionais no aterro da Chamusca. E até sugeria que, de caminho, reciclassem também os adeptos ingleses que andaram a fazer esterco por cá. Assim do tipo: metia-se um hooligan na máquina e saía uma lasca como a mulher do Beckham. A esta hora já estará meio mundo do nosso vasto auditório a perguntar: e porque não reciclar também alguns dos espanhóis que ainda por aí sobraram? Simplesmente porque não! Nem pensar em acabar com eles. Os espanhóis querem-se assim como sempre os conhecemos. Eles são o Prozac que nos levanta a moral quando andamos por baixo. São o bálsamo para as nossas chagas, sacos de boxe inesgotáveis. A esses temos que os estimar e torcer para que continuem como até aqui. Não se arranjam vizinhos tão solícitos para levar porrada, seja nos campos de batalha seja nos campos de futebol. Essa propensão para a fatalidade, aliás, é intrigante. Tal como são intrigantes as feiras medievais e as recriações históricas que se vão fazendo por aí, ainda não percebi bem com que intenção. Tentar transportar-nos para o passado é um exercício redundante, pois a bem dizer nós ainda não saímos da Idade Média. Já reparaste, por exemplo, que o hino da nossa selecção, interpretado pela Nelita Furtado, é cantado num português arcaico pré-Gil Vicente? E que há tanto lixo e tanta merda pelas ruas como nos tempos da Peste Negra? Infelizmente disso nem Nossa Senhora nos safa…Aceita um bacalhau demolhado do Serafim das Neves

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