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"Gosto de pensar pela minha cabeça"

"Gosto de pensar pela minha cabeça"

Adílio António Barbeiro, presidente da Junta de Freguesia de Mação, não se dá bem com a disciplina partidária
Adílio Barbeiro, 48 anos, concorreu pela primeira vez aos órgãos autárquicos da freguesia de Mação há 16 anos. Na altura fê-lo com o apoio do CDS, porque “foi o único” partido que deu apoio ao grupo a que o actual presidente de Mação pertencia. Ficou na assembleia de freguesia e nas eleições seguintes voltou a concorrer já com o apoio do PS.“Foram os socialistas que me convidaram com o argumento de que eu era considerado um homem de esquerda e não fazia sentido concorrer pelo CDS, o que é verdade. Mas nestas coisas o que interessa são as populações não os partidos”, diz o autarca natural de Castelo, aldeia da freguesia de Mação.Por esse motivo, a filiação num partido político, no caso o PS, só durou um ano. Adílio Barbeiro gosta de pensar pela sua cabeça e de fazer o melhor para a sua freguesia sem ter de estar sujeito às directrizes partidárias: “Estou aqui para melhorar a qualidade das populações e não para obedecer aos partidos”.Defende que os órgãos da freguesia deviam ter um representante de cada uma das aldeias que a compõem, sugestão que o PS nunca apoiou. “Temos 12 elementos na assembleia e oito aldeias, para além de dois ou três povoados, devia haver uma pessoa de cada uma delas”, reforça.A promoção de festas e de oportunidades para os mais idosos e para as crianças são áreas em que Adílio Barbeiro, comerciante de profissão, se tem empenhado com afinco. “Costuma dizer-se que só em Mação é que as pessoas querem ser idosas para participarem nas excursões”, graceja recordando que desde que assumiu a presidência da junta, há sete anos, que proporciona aos idosos da freguesia um passeio anual. “Havia gente que nunca tinha visto o mar, outros que choraram ao chegar a Fátima por que há anos que pediam aos familiares para os levarem ao santuário”, lembra.Foi ele também que reiniciou o convívio da matança do porco nas aldeias e ainda há quem lhe chame o “distribuidor de bácoros”. A junta atribui um subsídio de 250 euros a cada aldeia para comprar o porco, depois é a população que organiza a festa e, pelo que conta o presidente, vêm familiares de todo o lado.Gosta de ciclismo, de caça, de pesca e é adepto do Sporting. Diz que tudo aquilo em que se mete é para levar por diante não se poupando a esforços. Por isso afirma que não voltará a candidatar-se: “São muitos anos e a minha família tem sofrido com isso. A minha filha não sente muito porque tem 12 anos, mas a minha mulher tem sofrido. Se não estou na loja estou na junta e pouco tempo tenho para estar em casa. Nas freguesias do interior o trabalho é de 24 sobre 24 horas”. Acrescenta ainda que é comerciante com uma casa aberta e, em seu entender, por “muito que se faça criam-se sempre inimizades”.
"Gosto de pensar pela minha cabeça"

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