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Trezentos velejadores no Tejo rumo ao Colete Encarnado

Trezentos velejadores no Tejo rumo ao Colete Encarnado

União Desportiva Vilafranquense organiza 17ª Regata entre Pontes

A regata que liga as pontes 25 de Abril, em Lisboa e Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, voltou a colorir as águas do troço final do rio Tejo. Participaram cerca de três centenas de participantes que, mesmo depois de lutarem contra o vento que se fez sentir com intensidade, ainda tiveram tempo para visitar as festas do Colete Encarnado.

No último fim-de-semana o Tejo esteve engalanado com meia centena de embarcações, que disputaram a 17ª regata entre pontes, que ligou as cidades de Lisboa e Vila Franca de Xira. A iniciativa partiu da secção náutica da União Desportiva Vilafranquense (UDV), e conseguiu juntar para cima de trezentos velejadores.Esta regata nasceu em 1988 fruto de uma brincadeira de amigos, que decididos a quebrar a rotina das Regatas do Tejo, que se confinavam ao Mar da Palha e à foz do Tejo, nesse ano partiram da zona da Ponte 25 de Abril em direcção à Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira. A moda pegou, e desde então a regata nunca mais deixou de fazer parte do calendário de Verão da vela desportiva. À semelhança de outros anos a regata esteve aberta a todos os grupos das classes ANC (Associação Nacional de Cruzeiros), e partiu no dia 3 de Julho, pelas 11h00, de Belém rumo ao porto de recreio da UDV, e no dia 4 no sentido inverso, rumo ao Cais do Sodré. “Desde 1994 que eu e a minha tripulação participamos nesta regata, porque achamos muita piada. Este ano íamos em primeiro lugar e tudo corria pelo melhor, só que depois ficámos encalhados na zona da Ponte Vasco da Gama”, contou Carlos Gonçalves, um dos participantes. “Mas não é isso que nos desanima. Para o ano estamos cá outra vez”, concluiu um companheiro de equipa.O que move estes e outros tripulantes não é só a competição, mas o gosto pela vela e a paixão pelo rio. “Neste caso o vento esteve um pouco excessivo, mas eu e a minha equipa nunca fomos de recusar um bom desafio”, adiantou. No sábado, e depois de um dia bem passado, as tripulações pretendiam passar a noite em Vila Franca, de forma a participarem no Colete Encarnado, como explicou Carlos Gonçalves a O MIRANTE.“O que se segue? Festa. Uma vez que somos de Lisboa temos de aproveitar esta oportunidade para conhecer melhor as festas de Vila Franca, nomeadamente o Colete Encarnado. Devo confessar que até serviu de estímulo para participarmos”.Em jeito de balanço, Ana Câncio, da comissão organizadora do evento, mostrou-se satisfeita com o resultado do mesmo, e apontou como uma das causas do sucesso da regata a estreita colaboração entre a União Desportiva Vilafranquense e as Câmaras Municipais de Lisboa e Vila Franca de Xira, que patrocinaram as refeições de todos os participantes. Canoas da Moita juntam-se à festaMas nem só de Lisboa partiram velejadores rumo ao Colete Encarnado. A Moita também aceitou o convite da UDV e organizou, em simultâneo, uma regata rumo a Vila Franca. Esta regata juntou trinta embarcações, doze das quais conhecidas como “canoas”, e mais de 150 tripulantes. Manda a tradição que as “canoas”, barcos usados antigamente na pesca à vela, sejam todos feitos em madeira, tenham velas em pano-cru e exibam, à mistura, cores como o vermelho, o preto, o verde, o azul e o branco.“Estes barcos são autênticas peças de museu. Eu restaurei a maior parte deles, e sei bem que a grande maioria já tem mais de 70 anos”, disse José Luís Durão, já várias vezes homenageado na sua terra pelo trabalho que tem tido na recuperação das ditas canoas.Apesar de muitas destas embarcações terem, com o evoluir dos tempos, substituído as velas pelos motores, ainda existem canoas que permanecem imutáveis, como a “Diana”, a grande vencedora da regata entre a Moita e Vila Franca. “De moderno só mesmo o material que tem para não ganhar ferrugem”, explicou o mestre José Durão, também ele tripulante da canoa. Os seis companheiros de equipa, com uma média de idades na ordem dos 26 anos, foram unânimes em apontar a camaradagem como o grande chamariz destas competições. “Além do mais, Vila Franca é sempre um ponto muito apetitoso para esta equipa. Está sempre um vento difícil de roer, mas gostamos de vir porque nesta cidade sentimo-nos em casa”, disse o mestre.
Trezentos velejadores no Tejo rumo ao Colete Encarnado

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