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Processo arquivado contra ex-cobrador

Ministério Público não conseguiu provar que houve desvio de dinheiro na Associação Protectora de Animais do Ribatejo Norte

O Ministério Público da Comarca de Tomar arquivou uma queixa contra o antigo cobrador de quotas da Associação Protectora dos Animais do Ribatejo Norte, que o acusa de ter retido abusivamente parte das receitas cobradas.

O Ministério Público (MP) de Tomar mandou arquivar a queixa-crime instaurada pela Associação Protectora dos Animais do Ribatejo Norte contra José Luís Glória, sócio n.º 333 da associação e ex-cobrador das suas quotas. A presidente da associação, Suzete Tavares, acusa o sócio, que há um ano convidou para ser o cobrador das quotas da associação, de ter ficado abusivamente com cerca de 1500 euros.Suzete Tavares apresentou a queixa mas não conseguiu juntar ao processo provas que pudessem servir para a imputação do crime. “Analisada a prova e não se vislumbrando a realização de qualquer diligência que permita avançar na imputação de qualquer crime ao arguido, se conclui pela inexistência de indícios suficientes de crime, determinando-se em consequência, o arquivamento dos autos”.José Luís Glória passa de acusado a acusador. Já entregou o processo num advogado e a sua intenção é avançar com uma queixa por difamação contra a presidente da associação. “O meu nome foi enxovalhado na praça pública, por isso há que repor a verdade dos factos”, afirma o ex-cobrador.José Luís Glória começou a cobrar as quotas dos sócios da Associação Protectora dos Animais do Ribatejo Norte em Fevereiro do ano passado, após ter aceite o convite formulado pela presidente da associação.Durante os dois primeiros meses as coisas correram bem. José Luís Glória entregava o dinheiro a Suzete mas exigiu-lhe que as quotas recebidas ficassem registadas e houvesse uma relação escrita dos pagamentos.Depois de começar a ser questionado pelos sócios relativamente à forma como era gerida a associação, José Luís Glória começou ele próprio a questionar o seu papel e em Abril deixou de fazer cobranças. Com o dinheiro angariado desse mês pagou uma das três tranches em dívida ao programador informático que fez alguns trabalhos para a associação e guardou o restante.Não o entregou à presidente porque deu a sua palavra aos sócios de que não entregaria as quotas a Suzete Tavares enquanto não ficassem esclarecidas algumas questões, nomeadamente a legitimidade da própria direcção que, diz, foi mudada várias vezes sem ser por eleição. Há também a situação de a associação nunca ter feito uma assembleia geral e de não prestar contas aos sócios.Presidente vai recorrerSão estes alguns dos fundamentos que, numa carta dirigida ao presidente do conselho fiscal da associação (que o ex-cobrador pensava ser presidente da assembleia geral), José Luís Glória apresenta para não ter feito as contas do mês de Abril com a presidente da associação.Na carta, escrita já depois de ter sido acusado de abuso de confiança por Suzete Tavares, o ex-cobrador diz estar ao dispor do presidente da assembleia-geral para lhe fazer a apresentação das contas relativas ao mês de Abril.“Não fiquei com um tostão da associação, o que tenho são as contas por fazer. Continuo disponível para as fazer, mas não com a presidente da direcção”, referiu a O MIRANTE o ex-cobrador, que viu no dia 14 de Junho o Ministério Público arquivar a queixa contra si por falta de provas.Quem não ficou satisfeita foi a presidente da associação. Em declarações ao nosso jornal, Suzete Tavares afirmou que a associação irá recorrer do despacho do MP. “Já conseguimos reunir mais provas, nomeadamente uma listagem de sócios que afirmam ter pago as quotas ao cobrador e temos também declarações de alguns membros da direcção que fazem considerações pouco abonatórias sobre esse senhor”, revelou Suzete Tavares, que tem 20 dias para recorrer do processo.

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