Quem se esforçou para recolher livros e material didáctico no concelho de Vila Franca de Xira para enviar para Timor ficou frustrado ao saber que meses depois do fim da recolha, as quatro toneladas recolhidas ainda não chegaram ao seu destino.A presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha denunciou as falhas da cooperação e considerou ser um factor de desmotivação para novas campanhas.No âmbito da geminação com o município de Santa Catarina, em Cabo Verde, a autarquia enviou um camião de recolha de lixo e 20 contentores que demoraram largas semanas a chegar ao local onde faziam tanta falta.Segundo o vereador Alberto Mesquita, o preço do transporte, suportado pelo Estado, através do ministério dos Negócios Estrangeiros, ficou mais caro que os equipamentos.O autarca defendeu que é urgente que a Associação Nacional de Municípios Portugueses, que tem delegações nos países de língua oficial portuguesa, assuma o papel de mediador e encontre soluções de transporte mais céleres e mais económicas.O atraso na expedição dos bens recolhidos é uma condição desmotivadora para os alunos e professores das escolas do concelho que em poucas semanas recolheram toneladas de material didáctico, livros e equipamentos para Timor.O vereador Alberto Mesquita sublinhou ainda o empenho dos funcionários da câmara que foi muito para além das suas obrigações profissionais. “Eles sentem que estão a ajudar quem precisa e motivam-se”, disse. São os trabalhadores do município que realizam as operações de acondicionamento e preparação do transporte dos bens recolhidos.Recorde-se que para além destas campanhas, a Câmara de Vila Franca já patrocinou a construção de uma biblioteca em Santa Catarina e custeou parte dos seus equipamentos.