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Novas casas, velhos hábitos

Novas casas, velhos hábitos

Câmara de Tomar exige que as famílias ciganas continuem separadas

As três grandes famílias de etnia cigana que vivem há décadas no Flecheiro, em Tomar, vão mudar de casa mas irão continuar separadas fisicamente.

No caderno de encargos elaborado pela autarquia para o projecto de construção de 40 fogos habitacionais para as famílias ciganas de Tomar, um facto salta de imediato à vista: a exigência de que as famílias – compostas por 149 pessoas, incluindo 80 crianças – fiquem separadas.Diz o documento efectuado pelos serviços camarários que o pretendido é a “criação de um conjunto habitacional composto por três «sítios» distintos, devidamente separados por arruamentos ou praças”.Cada família ficará assim com o seu “quintal”, à semelhança do que acontece hoje na margem direita do rio Nabão, em que o espaço entre cada família está fisicamente dividido por estacas.De acordo com o levantamento efectuado recentemente sobre quem vive onde no Flecheiro, a autarquia elaborou mesmo um plano de ordenamento territorial. No “sítio” 1 irão ser construídos dois T0, quatro T2, sete T3 e 1 T4. No segundo “sítio” deverão ser construídos dois T2, nove T3 e dois T4 e no “sítio” 3 serão levantados dois T0, dois T1, seis T2 e três T3.Segundo o documento a que O MIRANTE teve acesso é referido que deverá ser também considerado pelos projectistas um local que se entende de interesse para os três “sítios” referidos – uma sala polivalente “com os necessários serviços de apoio de higiene e salubridade”.“Na elaboração do projecto deve ser tido em consideração o tipo de população que irá ocupar o empreendimento, tendo em vista encontrar soluções adequadas aos seus hábitos”, diz ainda o dossier do concurso.A elaboração do projecto de construção dos fogos habitacionais vai ser feito, segundo deliberação camarária, através de concurso limitado sem apresentação de candidaturas. Ou seja, é a autarquia que irá convidar cinco empresas projectistas – João Carvalho Teixeira; TMBPCM; FFCB; Embaixada SA; e Tetraplano – a apresentarem projectos a concurso, cujo valor base é de 50 mil euros mais IVA.O prazo para apresentação das candidaturas é de 90 dias.Margarida Cabeleira
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