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Perigo à espreita

Perigo à espreita

Aqueduto em Lamarosa é palco de acidentes diários

Quem viaja de Torres Novas para Tomar na Estrada Nacional 358 e desce o viaduto em declive que atravessa a linha do Norte tem sempre o perigo à espreita, 250 metros mais abaixo. Logo a seguir à curva aparece um aqueduto estreito, com ambos os parapeitos partidos, consequência de acidentes quase diários.

Em Maio deste ano um autocarro de passageiros e uma carrinha chocaram de frente no aqueduto que divide os concelhos de Tomar e Torres Novas, junto à nova passagem aérea sobre a linha do Norte, na localidade de Lamarosa. Este foi apenas um dos vários acidentes que ali ocorrem e que vão destruindo o pontão sobre a ribeira dos Mouchões. Do lado direito, na direcção de Tomar, metade do muro de suporte foi “abalroado” há algum tempo por um camião que tentou desviar-se do veículo que vinha de frente. Em sentido contrário também já não existe grande parte do muro, substituído recentemente por frágeis estacas de ferro, unidas por fitas de plástico vermelho e branco. No local não há qualquer sinal de perigo.É do lado de Tomar que são mais notórias as consequências da situação. Aqui e ali, junto à berma, jazem pedaços de pará-choques, vidros partidos e bocados de plásticos provenientes dos automóveis acidentados.Com a queda do muro e os desvios dos veículos para a berma, o alcatrão começou a ser “comido” pela terra que desce até à ribeira, encontrando-se agora a via recortada. Se um rodado sai da estrada naquele local é quase certo uma viagem até à água, que corre cinco metros abaixo.Por sorte ainda não houve mortos ou feridos graves. Se tivesse havido, como diz o presidente da Junta de Freguesia de Paialvo, talvez a situação já estivesse resolvida e o perigo ultrapassado.Não será por falta de conhecimento que o pontão não é arranjado. Desde o início do ano passado que Custódio Ferreira tem enviado regularmente ofícios a todas as entidades locais e nacionais que, directa ou indirectamente, têm responsabilidade. Até hoje não recebeu qualquer resposta das câmaras de Torres Novas e Tomar, Refer e Instituto de Estradas de Portugal (IEP).Mas o desconhecimento da situação é precisamente a justificação do presidente da Câmara de Tomar. Ao nosso jornal António Paiva afirmou não conhecer a situação, admitindo todavia que o aqueduto, já antes da construção da passagem aérea, era perigoso.A Câmara de Tomar e o IEP (através da Direcção de Estradas de Santarém) têm um acordo de desclassificação da EN 358, que passará de nacional a municipal após a realização de obras de melhoramento por parte da autarquia.As obras foram já realizadas no troço do Castelo do Bode até à rotunda da Quinta do Falcão. O troço da Guerreira até ao limite do concelho (junto a Lamarosa) é o único que ainda não foi desclassificado, precisamente porque ainda não foi reparado.Para o presidente da Câmara de Tomar, António Paiva (PSD), mais do que discutir o “pormenor” da situação do aqueduto é alterar o traçado no final da passagem desnivelada na linha do Norte. O projecto da câmara, que está já na Direcção de Estradas para ser aprovado, prevê acabar com o ângulo de 90 graus que o viaduto faz até chegar ao pontão.Não pondo em causa a reparação do aqueduto, o presidente da câmara diz que a factura terá sempre de ser paga pelo IEP. Só que a interpretação do IEP é diferente. O organismo diz que financia este tipo de obras desde que não haja alteração do traçado da via, o que não acontece neste caso.Para António Paiva, a origem do problema está no facto de não ter sido consultado aquando da construção do viaduto sobre a linha-férrea. “O aqueduto é de Tomar e Torres Novas mas só a esta última autarquia é que a Refer apresentou a proposta do viaduto sobre a linha do Norte. Se nós também tivéssemos sido consultados o viaduto não teria o actual traçado e o problema não se punha”.Margarida Cabeleira
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