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Um comerciante habituado a ouvir reclamações

Manuel Vieira, presidente da Junta de Freguesia de Alcanede
A sua ligação à água começa por ser do signo caranguejo. O mar inspira-o e dá-lhe tranquilidade. Quando tem tempo não perde uma pescaria no mar de Peniche. É neste passatempo que o presidente da Junta de Freguesia de Alcanede alivia o stress criado pelos problemas da localidade. Manuel Vieira, 47 anos, nasceu e faz a sua vida na freguesia, onde tem uma loja de electrodomésticos e ferragens. Gosta do contacto com as pessoas e como sempre foi um bocado engenhocas optou por este ramo de negócio, apesar de ter estudado quatro anos no seminário de Santarém. Gostou da experiência e ainda se lembra das excelentes condições de ensino. Mas sublinha que nunca teve a ideia de ir para padre. “Na altura éramos quatro irmãos a estudar e no seminário os estudos eram mais baratos”, explica. A sorrir, diz que a sua actividade profissional lhe deu a tarimba necessária para lidar com as pessoas. É calmo e gosta de resolver as situações pelo diálogo. “Como já estava habituado a ouvir reclamações na loja, agora na junta de freguesia consigo lidar melhor com as pessoas”, sublinha. Há quem lhe chame “água morna”. Uma alcunha derivada do facto de ser pacífico e sereno. Raramente se exalta e não embarca em aventuras, referindo dar os passos à medida das pernas. É comerciante desde os 23 anos, depois de ter saído da tropa. Esteve dois anos na Marinha. O futebol é uma das suas paixões, tendo jogado pela equipa de Alcanede, no Inatel, dos 16 aos 24 anos. Era avançado centro e confessa que até “tinha algum jeito para jogar”. Está a cumprir o seu primeiro mandato, eleito pelo PSD, apesar de não ser filiado no partido. Aceitou o desafio de se candidatar porque, diz, via a freguesia sem desenvolvimento. Por isso quer “lutar para ultrapassar a falta de infra-estruturas”. Sonhos confessa que já não tem muitos, apenas deseja ter sempre saúde para levar a vida pacata que tem. Em termos políticos ambiciona dotar a freguesia dos equipamentos essenciais. Gostava que a extensão de saúde e o quartel dos bombeiros fossem construídos durante este mandato. Manuel Vieira sente-se motivado com o cargo de presidente da junta, mas em jeito de desabafo diz que as pessoas às vezes não compreendem as suas limitações. “Pensam que podemos resolver tudo, mas não é bem assim”, sublinha.

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