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Fogo não poupou animais

Fogo não poupou animais

“Pedi ajuda e os bombeiros que estavam parados no largo foram apagar mato para o Pedrógão e não acudiram aos animais”, clamava revoltado Jaime Ferreira, em Casais Martanes. Sem poder fazer nada, ele viu arder as suas 20 cabeças de gado, cabras e ovelhas, e os barracões.O fogo atacava Gouxaria (Alcanena) e Casével (Santarém) e voltou a intensificar-se em Casais Martanes. O curral tinha a porta aberta, mas os animais em vez de saírem, refugiaram-se num canto e morreram carbonizados. “Até a mãe destes gatitos morreu no fogo”, dizia o proprietário do rebanho. “Só queria que me explicassem porque não me ajudaram. O mato é mais importante do que os animais?”, questionava sem esperar grande resposta.Na pequena aldeia da freguesia de Pedrógão, uma casa de emigrantes, prestes a chegarem para passarem as férias em Portugal, ficou reduzida a escombros. As chamas consumiram as ervas nas traseiras e saltaram para o telhado. “Parecia um ciclone de lume”, descrevia o vizinho Augusto Moitas Branco.Uma outra casa, a alguns metros e afastada da estrada ficou ilesa apesar de ter estado rodeada de fogo. “Foi um milagre e o dono da casa fechou-se lá dentro, ninguém conseguiu que saísse”, dizia o presidente da junta do Pedrógão, Silvino Rino Rosa.As críticas são inevitáveis, mas os bombeiros tentavam acudir a todos os focos de incêndio, no entanto era impossível estar em todos os locais ao mesmo tempo. No terreno estiveram presentes corporações de todo o distrito e meios aéreos. O posto de comando foi instalado junto à Renova 2, entre a Zibreira e o Almonda, onde também as chamas andaram perto.Cerca das 10 da noite o fogo foi dado como extinto. Da terra queimada emanava um calor insuportável e as milhares de oliveiras lembravam archotes espalhados pelos campos.
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