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O melhor melão tem um toque feminino

Fernanda Paulino Pereira ganhou o concurso em Vila Franca

Uma produtora ganhou o concurso do melhor melão na feira que decorreu em Vila Franca de Xira. A chuva e a falta de dinheiro afastaram os compradores e no meio de momentos de animação ouviram-se os habituais lamentos dos agricultores.

O melhor exemplar da XXIV Feira do Melão de Vila Franca de Xira foi produzido com um toque feminino. A vencedora do concurso foi Fernanda Paulino Pereira com um exemplar de melão branco. A feira animou o Jardim Municipal Constantino Palha e não fosse a chuva de Verão, o sucesso teria sido maior. Uma dezena e meia de produtores, na sua maioria vindos da zona de Alpiarça, mostrou e vendeu os seus melões, melancias e meloas. O preço (melão a 45 cêntimos, melancia a 20 cêntimos e meloa a 50 cêntimos) e a qualidade eram convidativos, mas a falta de poder de compra afastou os compradores. “O povo não tem dinheiro”, lamentou Jacinto Pereira Duro, um dos expositores. Para agravar a situação, o melão espanhol chegou muito cedo a Portugal e saciou o apetite dos consumidores ainda antes dos primeiros melões da lezíria estarem aptos a sair da terra.A presença na feira é vista como uma “obrigação” dos produtores, mas vários confessaram a O MIRANTE que os resultados financeiros não são compensadores. “Eu só venho porque a câmara faz um esforço muito grande para não acabar com a feira e nós devemos ajudar”, explicou uma produtora. Os seareiros voltaram a insistir na necessidade da certificação do melão para promover a qualidade e evitar que se coma gato por lebre. “O melão que se vende nos hipermercados não tem qualidade e é vendido mais caro que o nosso”, disse Jacinto Duro. O produtor reconhece que a dificuldade de escoar o produto é a maior dificuldade de quem produz. A expectativa gerada pela competição para apurar o melhor melão chegou ao fim com o anúncio dos resultados a meio da tarde de domingo, 8 de Agosto. Algumas centenas de pessoas assistiram à festa que contou com ranchos folclóricos e um convívio de famílias avieiras provenientes de vários núcleos espalhados pelo país.Durante a manhã, o rio Tejo foi palco de uma corrida de bateiras. Na competição a remos, a dupla Lúcio Mendes/António Sequeira venceu seguida de José Júlio Fernandes/António José Fernandes e Nuno Teixeira/Gil Alexandre. Nas embarcações com motor, Lúcio Mendes também triunfou, Manuel Francisco foi o segundo e Alfredo Fernandes o terceiro classificado.Os melhores melõesO concurso do melhor melão foi distribuído por cinco categorias. A vencedora absoluta, Fernanda Paulino ganhou a competição do melão branco onde Joaquim Paulino foi segundo e Zacarias Nicolau foi terceiro. No melão amarelo, Mário Rama foi o vencedor seguido de Sául Dias e Jacinto Duro. Na especialidade Manuel António, Mário Rama venceu, Victor Fialho foi segundo e a terceira posição foi de Raul Marques. Saúl Dias venceu as categorias de Tendral e Pele de Sapo. No Tendral o segundo lugar foi de Mário Rama e o terceiro de Maria Elvira Santos. Quanto ao Pele de Sapo, Fernanda Pereira apresentou o segundo melhor exemplar e Jacinto Duro o terceiro.O júri constituído por especialistas teve em conta a apresentação e o sabor do melão.Os mais entendidos defendem que um bom melão tem de ter peso e garantem que a textura da casca também é indicadora do seu grau de maturação. A ideia de que para ser apetitoso, o melão tem de ser alinhado com varais linhas na casca foi contrariada por vários produtores. Os homens da terra afirmaram que o indicador pode ser falacioso e não dispensam a observação do pé do melão e o apalpar do cú do fruto “para ver se está no ponto”.

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