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A terra dos toiros

A terra dos toiros

Samora Correia é uma referência para a festa brava
Final de mais uma tarde de Verão. Em Samora Correia, cinco jovens brincam na Praça da República e a brincadeira não podia ser outra. Eles brincam aos toiros. O David veste a pele de toureiro e o Marco, ainda que contrariado, faz o papel do toiro. Os outros três rapazes despem a camisa para servir de capote improvisado. Esta é uma tradição que passa de pais para filhos e que os idosos aplaudem no banco do jardim colocado ali numa sombra entre o Palácio do Infantado e a Igreja Matriz. “Mais vale isto que jogarem à bola porque partem tudo”, comenta um dos observadores.A vila está no coração do Ribatejo e respira aficcion por todos os lados. É nas terras de Samora Correia que estão as principais ganadarias do país. Nos montados de sobro crescem os curros de toiros que serão lidados nas praças nacionais e além fronteiras. Não foi por acaso que a Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide escolheu a localidade para instalar a sua sede.Samora é terra de toiros, de campinos, de toureiros, de forcados e de aficionados. Maria Mil Homens, natural da vila, foi uma das primeiras mulheres cavaleiras a conquistar as praças. Hoje, mas de 50 anos depois, a jovem Sónia Matias treina a arte de cravar ferros num terreno da freguesia e é uma das figuras de topo do toureio a cavalo. Pedro Salvador, o triunfador na última temporada, é natural de Samora. No toureiro apeado, o matador Eduardo Oliveira é mais um samorense ilustre seguindo uma carreira que António José Oliveira já havia tentado, chegando a novilheiro e conquistando o capote de honra no Campo Pequeno que ofereceu a Nossa Senhora de Oliveira, a padroeira da sua terra.Nas arenas nacionais, o bandarilheiro Manuel dos Santos “Becas” é outro filho da terra que orgulha os seus conterrâneos. Apesar das praças portuguesas continuarem impedidas de oferecer corridas picadas, Portugal tem bons picadores e entre os melhores estão Rafael Tranca, Janica e Vinagre, todos naturais da vila. Mas Samora tem sido também uma terra de forcados que com valentia têm vestido as jaquetas dos principais grupos portugueses. O gosto pela festa brava também pode ser medido pela participação nas entradas de toiros conduzidos por novos e velhos campinos. O velho Largo do Calvário e as ruas vizinhas juntam milhares de pessoas durante as festas que se realizam de 13 a 16 de Agosto. Samora é uma porta aberta para o Ribatejo e uma terra onde o toiro é rei.
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