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Correr para o quartel em cuecas

Manuel José Nalha pertence ao quadro de honra dos Bombeiros Voluntários da Chamusca. Foi um dos fundadores da corporação, há 54 anos. Chegou a ser comandante, cargo que abandonou em 1984, deixando o quadro activo do corpo de bombeiros. Noutros tempos, recorda, a emoção era muito grande sempre que a sirene tocava. Quando se formava um corpo de bombeiros, recorda, a primeira coisa que se comprava era uma sirene. A dedicação de outros tempos fazia os bombeiros esquecerem-se de tudo sempre que soava o som estridente do alerta. Largava-se tudo e corria-se para o quartel. Fosse como fosse. Manuel José Nalha lembra-se de levantar-se da cama a correr, esquecer-se de se vestir e ir a correr pela rua em cuecas para chegar rapidamente.Actualmente o antigo comandante é favorável ao silenciamento das sirenes. E lembra que já no seu tempo se evitava tocar a sirene muitas vezes. “Chegava a telefonar para os chamar quando precisava só de dois ou três bombeiros. Às vezes até ia buscá-los a casa e o tempo que se demorava não era mais do que se espera agora pela chegada dos elementos aos quartel, respondendo ao toque de sirene. Manuel José Nalha conta que o toque da sirene despertava sentimentos de altruísmo. De emoção. Quando se ouvia o toque não eram só os bombeiros que ficavam em alvoroço. A própria população acorria para o quartel para ajudar no que fosse preciso. “Hoje não há tanto esse espírito de entreajuda”, lamenta.

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