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“Admirada” com as acusações de assédio

“Admirada” com as acusações de assédio

Testemunha defende ex-vereador da Câmara de Tomar

Uma técnica que trabalhava com o vereador da câmara de Tomar acusado de coacção sexual disse nunca ter notado nada de anormal no gabinete do mesmo. Mas confessou que duas das quatro funcionárias que acusam António Fidalgo lhe relataram que ele as tinha tentado beijar.

Uma técnica de educação que trabalhou com o ex-vereador da Câmara de Tomar, acusado de coacção sexual por quatro funcionárias, disse ao tribunal que nunca viu nada de estranho no gabinete do mesmo. Sónia Bastos, ouvida como testemunha quarta-feira, dia 4, disse ao colectivo de juízes que também nunca observou António Fidalgo a pôr “a mão nas funcionárias”. Sónia Bastos começou a trabalhar na dependência de António Fidalgo em Agosto de 2002, seis meses antes do caso ter vindo a público. A testemunha classificou o ambiente de trabalho como normal. E descreveu que o ex-vereador costumava cumprimentar todas as funcionárias, incluindo as quatro queixosas, com beijos. Situação que considerou normal. Tal como outras testemunhas, confirmou que o comportamento do arguido era inconstante. Contou ao Tribunal de Tomar que várias vezes viu António Fidalgo irritar-se e alterar o tom de voz. Mas ao contrário de outras funcionárias da autarquia já ouvidas, que não disseram explicitamente os motivos da irritação, Sónia Bastos garantiu que isso se devia ao facto de o trabalho não ser feito correctamente.Acrescentou ainda que quando começou a trabalhar na divisão de Educação, no mesmo edifício onde estava o vereador, teve a “sensação que se davam todos bem. Não achei que houvesse um ambiente de tensão”. Até agora várias testemunhas tinham dito que havia um ambiente de medo no gabinete. Nesse sentido, revelou a técnica de educação, quando soube da alegada coacção sexual ficou “admirada”. Explicou que soube da história durante uma viagem de carro com duas das quatro assistentes no processo. Iam para a inauguração da Escola de Porto Mendo, arredores de Tomar. Sónia Bastos disse não se lembrar como tinha começado a conversa, mas salientou que elas tinham contado que o ex-vereador as tinha tentado agarrar e beijar.Em resposta a uma pergunta do advogado de duas assistentes, Vítor Rodrigues, a testemunha disse que nunca tinha sido avisada para não ficar sozinha com o vereador no gabinete. Quando foi questionada pelo advogado de defesa, Manuel Antão, garantiu que não teria ido ao jantar do 50º aniversário de António Fidalgo se tivesse ouvido boatos sobre o seu comportamento. A testemunha disse que nesse jantar em Outubro de 2002, esteve pelo menos uma das funcionárias que acusam o ex-vereador de coacção sexual.A próxima sessão do julgamento, que continua a realizar-se à porta fechada, está marcada para 31 de Agosto às 10h00. Nessa altura vão ser ouvidas mais duas testemunhas.
“Admirada” com as acusações de assédio

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