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Um bronze sensacional

Um bronze sensacional

Rui Silva ficou em terceiro lugar nos 1.500 metros dos Jogos Olímpicos

Rui Silva voltou a ganhar uma medalha numa grande competição internacional. Desta vez conquistou a medalha de bronze nos 1.500 metros dos Jogos Olímpicos e foi o melhor atleta ribatejano presente em Atenas. Nuno Merino, nos trampolins, e João Vieira, na marcha, também estiveram em bom nível.

O ribatejano Rui Silva ganhou a medalha de bronze dos 1.500 metros dos Jogos Olímpicos de Atenas2004. O atleta, natural de Santarém e a residir no Cartaxo, só foi batido pelo marroquino Hicham El Guerrouj, que conquistou a medalha de ouro, e pelo queniano Bernard Lagat, medalha de prata.Rui Silva, que fez uma corrida ao seu estilo, de trás para a frente, esteve no último lugar até à entrada para a última volta, altura em que acelerou e foi ultrapassando os seus adversários um a um. À entrada da recta da meta ainda parecia que o português podia apanhar os dois da frente mas o marroquino e o queniano estavam muito fortes e não cederam.Mesmo assim, Rui Silva terminou no mesmo segundo dos dois primeiros. Guerrouj fez 3m34s18c, e Lagat ficou na sua sombra, com 3m34s39c, e o ribatejano concluiu a prova no tempo de 3m34s68c.Assim que cortou a meta, Rui Silva, que antes de se transferir para o Sporting, seu actual clube, correu com as cores do Estrela Ouriquense, não escondeu o seu contentamento pela conquista de uma medalha, que era o seu grande objectivo para Atenas.Em Abril deste ano, em entrevista publicada na edição de 15 de Abril de O MIRANTE, já Rui Silva, apesar de não prometer nada, ia deixando no ar a possibilidade de um lugar no pódio. “Estou a fazer tudo para que consiga chegar lá e fazer a melhor prestação possível, que pode passar por um lugar no pódio, mas também pode passar por nem sequer passar à final. É preciso também ter um bocadinho de sorte”.E a ponta de sorte acabou por surgir no dia 24 na pista do Estádio Olímpico de Atenas, depois de alguns meses complicados devido a problemas físicos. No entanto, apesar da preparação não ser a que Rui Silva e o seu treinador desejariam, a medalha de bronze justifica todo o sofrimento.Rui Silva já tinha dado boa conta de si nas meias-finais, realizadas no dia 21, em que foi segundo na sua série. O atleta realizou, como na final, uma corrida táctica, de trás para a frente, utilizando nos últimos 400 metros a sua característica forte ponta final.Até aos 1.200 metros da corrida, o recordista nacional da distância estava na cauda do pelotão, mas bem posicionado para, na ponta final, ultrapassar os seus adversários e terminar apenas atrás do campeão do Mundo, o marroquino Hicham El Guerrouj.“Fui tentando subir lugares, de forma a colocar-me bem nos últimos 400 metros, para sprintar por aí fora. Porém, a minha preparação nem estava vocacionada para a velocidade, pois poucos ou nenhuns treinos fiz nesse aspecto”, explicou no final da prova.Rui Silva, que completou 27 anos no dia 3 deste mês, tem um palmarés brilhante. Foi o primeiro atleta português a sagrar-se Campeão Mundial de Pista Coberta (Lisboa, 2001), o primeiro atleta masculino português a sagrar-se Campeão Europeu de Pista Coberta (Valência, 1998), título que repetiu em Viena 2002, o primeiro atleta masculino português a integrar a selecção da Europa na Taça do Mundo da IAAF (Joanesburgo 1998) e o primeiro atleta português a deter, simultaneamente, seis recordes nacionais de pista coberta. Foi ainda medalha de prata nos campeonatos da Europa de Budapeste (1998) e Munique (2002). Além destes títulos nos 1.500 metros, foi medalha de prata nos 3.000 metros dos Europeus de Pista Coberta em 2002 (Gent).Depois da medalha de bronze do esclabitano Nuno Delgado, no judo, em Sidney 2000, os atletas ribatejanos voltam a trazer medalhas para a região.Queria apenas chegar à final mas acabou num excelente sexto lugarNuno Merino superou expectativasO ginasta tomarense Nuno Merino alcançou um excelente sexto lugar na final da competição de trampolins dos Jogos Olímpicos Atenas2004, superando assim as suas melhores expectativas para a competição.Merino, sétimo classificado no Mundial da Alemanha, em 2003, melhorou um posto entre a nata da modalidade e conseguiu ultrapassar largamente o seu objectivo inicial, que era o de conseguir marcar presença na final.“Correu melhor que o previsto. Inicialmente pretendia marcar presença na final e conseguir o sétimo lugar. Mas, como fiquei em sexto, correu ainda melhor”, referiu, exultante, Nuno Merino em declarações à Agência Lusa.Muito satisfeito com a sua prestação, o ginasta confessou que a boa disposição, mesmo durante a prova, também era táctica, “porque não se pode mostrar aos adversários o nosso nervosismo”, aproveitando ainda para agradecer à Missão Olímpica portuguesa o facto de não se ter sentido pressionado a obter qualquer resultado.Sempre descontraído, Merino, que falhou os Jogos de Sidney2000 por três lugares, confessou não ter sentido a pressão de se encontrar a disputar uns Jogos Olímpicos, tendo ainda adiantado que o facto de estar no seu topo de forma ajudou a fazer uma prova tranquila e a encará-la como um treino.“Eu conhecia todos os que fizeram a prova comigo. Graças a Deus que os que estavam ligeiramente acima de mim, ou a um nível igual ficaram atrás”, frisou o ginasta, sublinhando ainda que o mais importante nesta prova é não cometer qualquer erro, já que não há segunda hipótese.Para acederem à final, os ginastas tinham de completar duas rotinas, de 10 elementos cada, com a primeira composta por exercícios obrigatórios, enquanto a segunda era livre.No primeiro caso, o atleta português esteve menos bem, tendo terminado o programa com 26,70 pontos, resultado que o colocou num 11º lugar, mas a sua segunda rotina correu-lhe bem melhor, com 40,20 pontos, o que lhe conferiu o oitavo posto e a passagem à final.Já com o seu primeiro objectivo alcançado, Merino lançou-se para a melhor prestação possível na final e conseguiu superar os adversários britânico e francês, terminando o concurso com 40,10 pontos, apenas mais 10 e 20 décimos que os seus oponentes, respectivamente.“Sinto-me orgulhoso com o resultado que alcancei hoje e espero que a partir de agora haja muito mais gente com vontade de trabalhar e treinar mais para conseguir os seus objectivos”, disse.Actualmente com 24 anos, Nuno Merino espreita já para Pequim2008, mas ainda não pode dar uma certeza absoluta, tanto em termos pessoais, devido aos estudos, como desportivos, uma vez que as regras deverão mudar.“Os meus projectos de tentar Pequim vão depender muito das novas regras, que deverão sofrer grandes alterações, sobretudo na primeira rotina. Como sou um bocado maluco, talvez não seja muito prejudicado”, explicou.
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