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Marcha contra poluição no Alviela

Marcha contra poluição no Alviela

Dia 18 de Setembro entre Pernes e os Olhos d’Água

Uma manifestação entre Pernes e os Olhos d’Água, a realizar em 18 de Setembro, pretende chamar a atenção para os problemas de poluição que continuam a afectar o rio Alviela. A iniciativa é do partido “Os Verdes”.

O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) vai promover no dia 18 de Setembro uma manifestação entre Pernes (Santarém) e os Olhos d’Água (Alcanena), para protestar contra a poluição naquele curso de água provocada pelo deficiente funcionamento da estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Alcanena.A iniciativa é integrada em mais uma etapa da “Marcha da Água”. Os participantes vão percorrer as margens do rio Alviela, reclamando uma intervenção da tutela e dos industriais do sector, explicou Manuela Cunha, do PEV.No caso do Alviela, “Os Verdes” contestam o facto de o Estado ter investido 40 milhões de euros na década de 90 para resolver o saneamento dos resíduos industriais em Alcanena sem “garantir a manutenção do sistema construído”. A poluição que se tem registado nos últimos tempos no rio, recorde-se, é atribuída às rupturas existentes nos colectores que transportam os esgotos industriais para a ETAR. Nas alturas de maior pluviosidade a água das chuvas infiltra-se nas condutas e aumenta substancialmente o caudal canalizado para a estação. Para evitar sobrecargas que prejudicariam o processo de tratamento, os operadores desviam parte dos esgotos para o rio sem qualquer tratamento. Na conferência de imprensa realizada segunda-feira em Santarém, o PEV reclama uma “maior iniciativa dos empresários dos curtumes” na recuperação do sistema de saneamento e da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena.“Durante esta marcha serão denunciados todos os problemas da água e em particular do rio Alviela”, explicou Manuela Cunha, que critica a passividade da Câmara de Alcanena, que não assume que a ETAR tenha responsabilidades na poluição.“Preocupa-nos a atitude da câmara: além de tentar branquear a situação, o senhor presidente goza com a situação e ultrapassa os limites da decência”, criticou Manuela Cunha, salientando que “o rio não tem fronteiras” e os “benefícios ou malefícios do desenvolvimento são para todos”.Uma opinião que colide com a postura pública assumida pelo presidente da Câmara de Alcanena, o independente Luís Azevedo, que tem criticado o actual estado de coisas e reclamado a intervenção do Governo na resolução do problema.Em entrevista a O MIRANTE, publicada em 27 de Maio de 2004, Luís Azevedo foi claro: “Tudo o que está ao alcance do município e dos industriais tem sido feito, ou quase tudo. Faltou fazermos como os outros: chamarmos as televisões e a comunicação social. Mas como achamos que as coisas não se resolvem assim e continuamos a acreditar na bondade das pessoas, pois somos pessoas de bem, sérias e que cumprimos com as obrigações, não o fizemos. Agora concluímos que se calhar foi isso que faltou. Vamos aguardar pela primeira conversa com o novo ministro ou secretário de Estado do Ambiente e ver se a denúncia pública é a solução”.Também aquando da passagem do Presidente da República por Alcanena, em Fevereiro último, Luís Azevedo pediu a Jorge Sampaio para o apoiar na divulgação dos problemas que afectam a ETAR de Alcanena, responsável pelos danos ambientais no rio Alviela.O autarca referiu que para resolver os problemas do sistema de tratamento de esgotos de Alcanena são necessários 13 milhões de euros. O sistema, que inclui um aterro de resíduos sólidos e uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), está à beira do colapso, não cumpre as normas ambientais e é um caso grave de poluição, recordou.Luís Azevedo reconheceu também que o sistema tem tido falta de investimentos na sua manutenção. Sublinhou ainda o facto grave da estação de tratamento não cumprir as normas comunitárias em matéria ambiental. Já para não falar que o aterro de resíduos industriais tem uma concepção desadequada face às matérias que recebe. O MIRANTE/LusaMadeira Lopes no ParlamentoNa conferência de imprensa promovida por “Os Verdes” foi ainda apresentado o jovem advogado de Santarém Francisco Madeira Lopes como substituto da deputada Isabel Castro na próxima sessão parlamentar.O deputado, que é também eleito da Assembleia Municipal de Santarém pela CDU, prometeu o seu empenhamento particular nos problemas do distrito e criticou a ausência de políticas globais de valorização dos pequenos concelhos, como é o caso dos transportes públicos, o que vem acentuar a desertificação do interior do país.
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