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Exames médicos provocam polémica

Clubes de futebol de Tomar e directora do centro de saúde com posições divergentes
A realização dos exames médico-desportivos, obrigatórios para a inscrição dos atletas nos campeonatos de futebol, está a levantar uma onde de polémica em Tomar. O presidente do União de Tomar, Manuel Graça, diz que os atletas não podem fazer os exames no centro de saúde, como ficou acordado entre a Associação de Futebol de Santarém e a Administração Regional de Saúde, e acusa a directora do centro de saúde de impedir os médicos de realizarem os exames complementares (análises, raio-x e electrocardiograma), por trazerem despesas adicionais à unidade de saúde.Segundo o dirigente desportivo, o problema com os exames médicos dos seniores só foi resolvido com a ajuda de um médico amigo, mas muitos dos cerca de 150 miúdos das camadas jovens continuam sem os exames feitos porque os médicos não os querem fazer devido às indicações da directora, Manuela Norte. “Quem é que assume a responsabilidade se não se puderem inscrever as equipas”, questiona Manuel Graça.As dificuldades referidas pelo União de Tomar foram também sentidas pelos responsáveis da Escola de Futebol de Tomar (EFT). O director executivo da escola, João Damásio, garante que em Junho, quando recebeu a informação do Instituto do Desporto de Portugal a dizer que os exames deveriam ser feitos nos centros de saúde foi falar com a directora, que desde logo informou que havia médicos que defendiam que os exames deviam ser feitos por especialistas de medicina desportiva.Apercebendo-se dos problemas que poderiam surgir, os responsáveis da EFT recorreram ao centro de medicina desportiva de Lisboa, onde a maior parte dos atletas realizaram os exames, pagando 12 euros e setenta cêntimos por cada um.Questionada por O MIRANTE sobre estas afirmações, a directora do Centro de Saúde de Tomar, que está ausente da unidade desde o meio de Agosto, diz que não tem conhecimento de quaisquer anomalias e nega peremptoriamente que tenha impedido a realização de qualquer consulta ou exame complementar. Manuela Norte desafia mesmo qualquer clube ou atleta a mostrar um pedido de realização de exame que ela não tenha autorizado.“O que se passa é que há médicos que não estão disponíveis para realizar 30, 40 ou 50 consultas destas num curto espaço de tempo. Os médicos têm o seu calendário de consultas definido e ainda por cima esta é uma altura de férias”, afirma a directora, acrescentando que os médicos não podem estar a anular outras consultas só para realizarem os exames médico-desportivos, até porque, cada um demora, em média, meia hora a realizar.Manuela Norte diz que tudo não passa de um “desentendimento” entre a necessidade dos clubes realizarem os exames e as possibilidades do centro de saúde. A responsável recorda que a dificuldade de acesso à consulta é um problema antigo, que existe devido à escassez de médicos, cenário que se complica durante o tempo de férias.

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