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Um regresso às origens

Um regresso às origens

Guilherme Rodrigues Galinha, presidente da Junta de Valhascos há dois mandatos
Nasceu em Valhascos, estudou nas Mouriscas (concelho de Abrantes), fez duas comissões em África, foi funcionário público e quando atingiu a idade da reforma voltou às origens. Guilherme Rodrigues Galinha, o presidente da Junta de Freguesia de Valhascos há dois mandatos, eleito pelo PSD, é um homem que gosta da sua aldeia e de continuar a cultivar a terra herdada dos pais.“Ando sempre por aqui, se não tenho trabalho da junta, trabalho na agricultura é disso que gosto”, diz. Em sua casa há de tudo um pouco, fruta e legumes, cereais e carne. “Só vou ao mercado para comprar peixe e agora como já estou velho gosto mais de peixe do que de carne”. Fala com ar bem disposto e pouco dado a grandes complicações burocráticas.Eleito pelo PSD, diz que não tem nada que ver com políticas. Antes da ganhar a junta fez um mandato como secretário, também pelo PSD, e depois até os do PS votaram nele. “Nas terras pequenas é assim, olha-se mais para as pessoas do que para os partidos. E não é para me gabar, não sou dos melhores, mas também não sou dos piores”.Quando estava no activo, era funcionário das finanças. Recusou sempre os convites para cargos políticos. Depois reformou-se e aceitou. “O meu trabalho é mais na rua ou na representação da freguesia. O resto é para os mais novos”, continua. E cita o velho provérbio de que “galinha de campo não quer capoeira”.O executivo, todo PSD, reúne-se três vezes por semana, às terças, quintas e sextas. Tomam-se as decisões e cada um executa as suas tarefas. Actualmente, há uma funcionária colocada pelo Centro de Emprego para atendimento ao público.Numa freguesia pequena e confinada a uma única povoação, a actividade do presidente é ir resolvendo os problemas com a maior rapidez. “Chamam-me para todo o lado e como conseguimos comprar uma retroescavadora vamos, logo que é possível, consertar uma ruptura aqui ou ali. Há sempre muita coisa que faz falta, mas nada de especial”.Casado e pai de uma filha que vive no Entroncamento, Guilherme Galinha divide os dias entre a junta e a agricultura. “Em casa é que não posso estar”. É dos poucos da aldeia que ainda apanha os figos e gosta de fazer o seu próprio vinho e uns garrafões de abafado. “Tenho uma sobrinha que não me pede nada nem quer nada, a única coisa que quer é uma garrafão de abafado”.“Há muita gente de Valhascos que fez como eu. Quando se reformou voltou para a terra, já somos todos velhos”, continua. Na pacatez da aldeia, o autarca quer continuar a ser agricultor, mas vai deixar as políticas para os outros: “Ficam cá os novos, eu já estou velho”, diz despedindo-se destas lides no final do actual mandato.
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