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Cães põem câmara e veterinário em guerra

Cães põem câmara e veterinário em guerra

Autarcas do Entroncamento querem maior actuação do responsável pelo canil

A Câmara do Entroncamento está insatisfeita com o trabalho do veterinário municipal relativamente aos cães que vagueiam nas ruas da cidade. O veterinário diz não admitir que ninguém o achincalhe e acusa a autarquia de ter uma política meramente reactiva.

No dia 7 de Setembro, um cão de raça pitbull soltou-se da corrente e matou outro cão. O caso passou-se no Entroncamento e foi mais uma acha para a fogueira acesa entre a câmara e o veterinário municipal.A câmara está insatisfeita com a actuação do veterinário municipal e já comunicou o seu descontentamento à Direcção Geral de Veterinária que ficou de analisar a situação e arranjar solução até final deste mês, diz o vice-presidente do município, Luís Boavida (PSD).“Ou há alteração imediata de procedimentos e postura por parte do veterinário ou a câmara vai forçosamente ter de fazer alguma coisa”, referiu ao nosso jornal o autarca.Uma das medidas que o município poderá implementar é a de dar maiores responsabilidades naquele sector a outras pessoas, técnicos camarários por exemplo. “Tomaremos todas as medidas que forem necessárias para resolver a situação”, garante Luís Boavida.Para o executivo o maior problema é o facto de, na prática, o veterinário não executar as determinações inscritas nas ordens e despachos da presidência. E que quando o município quer implementar ou mesmo “forçar” essa actuação o veterinário “chama sempre à pedra impedimentos legais” para avançar.Fernando Maia contrapõe, afirmando actuar sempre com responsabilidade e solidariedade. “A responsabilidade nesta matéria não é só minha”, refere, adiantando que quem o acusa terá de lhe dizer quais os procedimentos e despachos que não foram cumpridos por si.A questão do cão de raça pitbull poderá ter sido a gota de água que transbordou o copo nas relações entre a câmara e o veterinário. Porque o cão foi levado para o canil para ser vacinado e lhe ser colocada a identificação electrónica (o chamado chip) e novamente entregue ao proprietário, sem que este tenha a respectiva licença do canídeo.O município e a PSP da cidade falam numa espécie de “acordo” feito entre o veterinário e o dono do animal, facto que o veterinário refuta – “eu não faço acordos com os donos, falo directamente com eles sobre as suas responsabilidades enquanto proprietários do animal”.Admitindo ser “mais ou menos normal” que um animal seja entregue ao dono sem haver licença – nesse caso deve ser pedida à junta de freguesia no prazo de 30 dias – Fernando Maia refere no entanto que o canil do Entroncamento não tem condições de segurança suficientes e que é preferível entregá-los aos donos do que serem furtados durante a noite. O veterinário diz que tem meios muito reduzidos para cumprir a legislação, a câmara afirma que providencia todos os meios necessários para que se actue em conformidade.Apesar do veterinário assegurar que o Entroncamento é talvez a cidade do distrito com menos animais na rua, o vice-presidente da autarquia diz que, pelas queixas apresentadas e pelos animais que vagueiam nas ruas, o nível de capturas está muito aquém do que seria desejado.“O problema dos cães vadios e abandonados não é só meu”, responde o veterinário, adiantando que até ao momento não viu qualquer interesse por parte dos restantes responsáveis na implementação do pacote legislativo sobre esta questão. “Até agora a câmara tem tido uma política reactiva e não preventiva”.No meio desta guerra de palavras, a Junta de Freguesia do Entroncamento já agendou uma reunião para 21 deste mês com os diversos intervenientes no sector – câmara, junta, polícia e veterinário. O objectivo é a futura coordenação de procedimentos relativamente à legislação em vigor.Margarida Cabeleira
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