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Festa dos Tabuleiros em tribunal

Por dívidas a fornecedores

Três elementos da comissão executiva da Festa dos Tabuleiros podem ter de responder em tribunal por dívidas a empresas que forneceram serviços para o maior evento do concelho. A câmara deliberou um subsídio extraordinário de 185 mil euros para “tapar” os prejuízos da festa.

Várias empresas que prestaram serviços à Festa dos Tabuleiros de 2003 moveram processos judiciais contra três elementos da comissão executiva da festa, pelo não pagamento dos serviços. O mordomo e outros dois responsáveis, os que tinham autonomia para assinar os cheques para pagamento dos serviços prestados, podem ter de prestar contas em tribunal, caso não consigam chegar a acordo extrajudicial.Foi o que aconteceu com a Romeira, uma empresa de material eléctrico que retirou a sua queixa após ter chegado a um acordo com a comissão executiva da festa. De acordo com a informação dada pelo vereador Carlos Carrão na reunião de câmara de segunda-feira, o mordomo da festa comprometeu-se a pagar a dívida da empresa – cerca de 45 mil euros – em várias prestações, a primeira das quais de oito mil euros.Apesar de a Comissão Central da Festa dos Tabuleiros (que tinha uma comissão executiva própria) ser completamente autónoma em termos jurídicos e operacionais, o executivo camarário deliberou na última reunião conceder um subsídio extraordinário de 185 mil euros à festa.Na base desta decisão estiveram vários pressupostos, nomeadamente a importância do evento e a sua projecção em termos nacionais e internacionais, e o facto de se tratar de uma organização não profissional. Mas também, diz a deliberação, “considerando a urgência e necessidade de honrar os compromissos assumidos e resolver a situação criada”.Além dos 185 mil euros, o município vai ainda pagar do seu bolso as dívidas às três bandas filarmónicas que actuaram na festa – a Nabantina, a filarmónica Paialvense e a sociedade filarmónica da Pedreira -, no valor total de 9500 euros.Também a Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais vai receber da câmara os 1592 euros que a comissão da Festa dos Tabuleiros lhe deve.Como contrapartida ao subsídio extraordinário, a comissão da festa passará para a câmara todos os bens, material e equipamentos adquiridos por si para a realização da iniciativa. Esta transferência de propriedade será concretizada atrás de um protocolo a celebrar entre as duas entidades.Apesar de ceder apoios adicionais – recorde-se que no ano passado a autarquia financiou a iniciativa em mais de cem mil euros – o presidente do município afirmou ao nosso jornal que esta situação é “extraordinária” e deve “servir de lição” para o futuro.António Paiva admitiu ainda que o executivo camarário terá de adaptar o plano de actividades e o orçamento de 2005 a esta contrariedade e confirmou que haverá alguns projectos que terão de ser adiados por força não só deste apoio inesperado como da quebra de receitas verificada no imposto municipal sobre imóveis. Ao todo o município não poderá contar com praticamente meio milhão de euros. O autarca deixa contudo um aviso – o que aconteceu nesta festa não pode acontecer em mais alguma. É por isso que irá solicitar à comissão de festas uma reunião conjunta, para debater os resultados do evento de 2003 e calendarizar acções para o futuro.Margarida Cabeleira A culpa é do mordomo?O mordomo da edição de 2003 da Festa dos Tabuleiros, eleito pelo povo do concelho, foi António Madureira, empresário da comunicação social de Tomar. E, depois de conhecidos os prejuízos da última festa há quem questione para onde foi o dinheiro recebido.Assim como as relações pouco éticas entre o mordomo e as empresas controladas por si, contratadas como fornecedoras de serviços. É o caso da Empresa Editora Cidade de Tomar, da qual António Madureira é sócio-gerente, ou da Visual Arte, empresa que pertence ao universo da editora.Mais estranho ainda é que a comissão executiva da Festa dos Tabuleiros tenha dívidas para com as duas empresas controladas pelo próprio mordomo. Segundo o nosso jornal apurou, a comissão deve oito mil euros à Visual Arte e 1500 euros à editora do Cidade de Tomar.O MIRANTE tentou contactar António Madureira, mas até ao fecho desta edição tal não foi possível.

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