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Um autarca com ar de avô

Um autarca com ar de avô

António Rodrigues ganhou a junta de freguesia de Santa Maria dos Olivais em 1997
António Rodrigues sempre se interessou por política mas nunca pensou ser um dia interveniente activo nos destinos de uma freguesia. Ficou por isso surpreendido quando em 1997 concorreu pela primeira vez à presidência de uma junta de freguesia e ganhou com grande margem.O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais é um homem sereno, que leva a vida sem grande stress, com um ar de avô bonacheirão. O seu principal defeito, diz, é agir muito com o coração, o que já lhe provocou alguns dissabores. Nasceu há 59 anos numa pequena aldeia do concelho de Tomar e cedo veio para a cidade. Aos 15 anos já trabalhava no antigo Colégio Nuno Álvares, a servir à mesa mais de 700 almoços e jantares.Aos 29 anos decidiu sair e partir à aventura de se estabelecer por conta própria, abrindo um pequeno supermercado junto da actual clínica de Santa Iria. O negócio correu tão bem que, de um espaço de 30 metros quadrados passou para um dez vezes maior, na Alameda 1 de Março. Há alguns anos trespassou o negócio, continuando todavia como proprietário do espaço.Sempre que pode, duas ou três vezes por semana, foge para o sossego da aldeia onde nasceu, onde se entretém a ler e a regar as árvores de fruto do quintal. Não dispensa jornais diários e as notícias na televisão.A morte da mulher, há dois anos, abanou-lhe os alicerces da vida. Custou muito mas hoje já se habituou à solidão. Os dois filhos estão longe, um em Lisboa e outro no Porto, mas apesar de só os ver aos fins de semana as conversas telefónicas são praticamente diárias.É autarca a tempo inteiro mas tem muito respeito por quem exerce a função a meio tempo, acumulando o cargo com a vida profissional. “Eu estou aqui todo o dia ao serviço dos munícipes, é a minha obrigação, mas dou mais valor aos que têm muitas vezes de se dividir em dois em prol do desenvolvimento da sua freguesia”.Gosta de passear, ver outras terras, conhecer os caminhos que outros portugueses trilharam pelo país fora. É adepto do vá para fora cá dentro. “Ainda no fim-de-semana passado andei pelo norte, por Trás-os-Montes, Minho e Gerês”, diz, adiantando que em cada terra vê uma beleza diferente.É um sportinguista “pacato”, que não gosta da confusão provocada pelas multidões e raramente vibra com as vitórias ou chora com as derrotas. “A vida é assim mesmo, umas vezes ganha-se, outras perde-se”.Sempre que pode, à noite, gosta de dar um passeio a pé pelas avenidas e ruas da área urbana da sua freguesia. São quase seis quilómetros que, diz, fazem bem ao corpo e à alma.
Um autarca com ar de avô

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