Quando no final da década de noventa Idália Moniz assumiu os destinos da Junta de Freguesia de Almoster (Santarém), após um controverso processo, provavelmente só a própria acreditaria que, meia dúzia de anos depois, poderia estar no núcleo restrito de pessoas de confiança do secretário-geral do PS. Mas a verdade é que a ascensão fulgurante da, hoje, vereadora da Cultura da Câmara de Santarém na vida política conduziu-a a esse destino. Desde o passado fim de semana passou a integrar o secretariado nacional do PS, onde têm assento apenas 11 pessoas da confiança de José Sócrates e mais quatro por inerência dos cargos que ocupam. Idália Moniz faz parte de uma equipa integrada por nomes de peso como António Costa, Edite Estrela, Jorge Coelho ou José Lello e de onde, certamente, sairão alguns membros para o Governo caso Sócrates chegue a primeiro-ministro.Uma excelente “performance”, sem dúvida, para quem, até há bem pouco tempo, era uma ilustre desconhecida no PS local e regional e na vida pública ribatejana. Foi José Miguel Noras, então presidente da Câmara de Santarém e hoje presidente da assembleia municipal, quem a ajudou a dar os primeiros passos no PS escalabitano. Em troca, Idália Moniz apoiou-o na vitória contra Rui Barreiro pela liderança da concelhia socialista, no final do século passado. Mais tarde, Idália Moniz passou para o outro lado da barricada e integrou o grupo de apoiantes de Rui Barreiro, quando este decidiu candidatar-se à câmara afrontando José Miguel Noras. O “prémio” foi a inclusão na lista de Barreiro em lugar elegível, que culminou na eleição para vereadora. Na altura, as “saudades” de Noras já não eram muitas...Aliás, quem conhece Idália Moniz classifica-a como mulher calculista, que sabe aproveitar ou “inventar” as oportunidades. Em meia dúzia de anos passou de mera figurante numa lista do PS à Assembleia de Freguesia de Almoster a vereadora, líder distrital do Departamento de Mulheres do PS e candidata, embora não eleita, ao Parlamento Europeu. Essa corrida vertiginosa permitiu-lhe passar a movimentar-se na sede nacional do PS, em Lisboa, como poucos conterrâneos o haviam conseguido até aqui. Basta dizer que foi o primeiro militante do PS escalabitano a fazer parte do secretariado nacional. E, na região, disputa agora a primazia e a projecção com o “histórico” Jorge Lacão, o homem de Abrantes que foi líder do grupo parlamentar socialista e que desta vez se ficou pela comissão política nacional, onde está também Fernanda Asseiceira, de Alcanena, e Maria da Luz Rosinha, de Vila Franca de Xira.Casada com o músico, cantor e compositor Carlos Alberto Moniz, Idália tem na festa brava uma das suas grandes paixões, a par da música, actividade a que esteve ligada profissionalmente.