Feira de S. Martinho | 10-11-2004 03:05

O fascínio pelos cavalos

O fascínio pelos cavalos

Catarina Paiva saiu dos bancos da Escola Agrária de Santarém, onde se formou em Equinicultura, para o mundo do trabalho. Dá aulas de equitação na Golegã, a capital do cavalo, e adora o que faz.

Aos 12 anos começou a montar a cavalo e aos 16 entrou nas primeiras provas de obstáculos. Catarina Paiva, engenheira de produção animal, é uma das primeiras licenciadas em equinicultura e dá aulas de equitação na Golegã.Os seus cavalos têm nomes ingleses tal como o pachorrento golden retriever que a acompanha, como protector e companheiro, pelo picadeiro da Golegã, onde ensina as crianças do primeiro ciclo do ensino básico do concelho a montar.As aulas de equitação são uma das vertentes do curso de Equinicultura que tirou na Escola Superior Agrária de Santarém. Formação que lhe dá habilitações para exercer qualquer actividade relacionada com o cavalo, como gestão de centros hípicos, de coudelarias, ou ensino. É ela também que desbasta os seus cavalos, o chamado primeiro ensino. O seu corpo franzino não a impede de lidar com aqueles animais enormes, possantes e altivos, embora dóceis com quem confiam. “É um trabalho de paciência. Quando vamos buscar um cavalo ao campo temos de habituá-lo pouco a pouco de forma a que quando ele é montado pela primeira vez quase já não dê por isso”, diz.Catarina Paiva, natural do Porto, não tem qualquer tradição familiar ligada aos cavalos. Mas estes animais sempre exerceram sobre ela um enorme fascínio. Depois de muita insistência conseguiu ter o seu próprio cavalo aos 12 anos, altura em que começou a montar. Aos 16 anos já entrava em concursos equestres.Quando acabou o ensino secundário, optou pela engenharia de produção animal. Durante o curso surgiu uma nova formação mais directamente ligada ao cavalo e Catarina não hesitou: “Sou das primeiras pessoas formadas em Equinicultura”, afirma. Por essa altura, teve necessidade de comprar um novo cavalo e foi assim que adquiriu a Lady Like. Mais tarde foi a vez do Sir Jonhson, um poldro de 5 anos com que Catarina trabalha actualmente. “Ainda é novinho e irrequieto, mas é bom rapaz”, conta a equitadora enquanto o passeia à arreata pelo átrio da ANTE (Associação Nacional de Turismo Equestre), na Golegã, agora com todo o movimento que a Feira de São Martinho acarreta. Catarina concorre em campeonatos nacionais de ensino, de obstáculos e compostos, que além das duas modalidades referidas incluem também provas de cross. Mas para estes campeonatos Sir Johnson ainda não está preparado. “Vou concorrer com a Lady Like, que tem estado no campo porque teve uma poldra, mas como já está na altura do desmame, tem sete meses, posso começar a trabalhar com a mãe”. Para continuar a tradição, a poldra tem o nome de Zeta-Jones.Muita paciência e gosto parecem ser as chaves para trabalhar com cavalos e também para ensinar crianças pequenas a iniciarem-se na equitação. “Como são muito pequenas, têm pouca capacidade de concentração, o que obriga a mudarmos muitas vezes de exercícios, mas é engraçado”.Normalmente nas escolas de equitação há mais meninas e raparigas a aprenderem a andar a cavalo. Segundo Catarina Paiva, a constituição feminina é mais adaptável à equitação do que a masculina. Mas nas provas e campeonatos, os homens são maioriotários. Catarina Paiva faz parte de uma minoria de concorrentes.Margarida Trincão

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