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Ah Fadista!

Marta Rosa venceu a Grande Noite do Fado

Tem cara de menina, mas é uma fadista de corpo inteiro. No sábado, Marta Rosa, 13 anos, silenciou o Teatro São Luiz e venceu a Grande Noite do Fado na categoria de juvenis. A jovem de Alverca desenhou o seu vestido e o xaile que lhe cobriu os ombros.

Marta Rosa desenhou o seu vestido de noite vermelho e o xaile preto que lhe cobriu os ombros no sábado à noite, no Teatro São Luiz em Lisboa. A menina morena de olhos castanhos e ar fadista tem 13 anos e venceu a Grande Noite do Fado 2004 na categoria de juvenis. A iniciativa é o evento mais importante para a promoção da canção nacional. A menina de Alverca cantou a “Lenda da Rosa” acompanhada pelos toques das guitarras de Edgar Nogueira e António Parreira. No final uma sala cheia de amantes da canção nacional rendeu-lhe uma ovação que deixou poucas dúvidas. Marta Rosa inscreveu o seu nome no livro de ouro onde constam nomes como Marina Mota, Camané, Anabela e outras referências.“Toda a gente me disse que podia ganhar, mas não acreditei. Só quando ouvi os resultados”, confessa a O MIRANTE. A fadista ficou “muito feliz”, mas com humildade reconhece que o primeiro prémio também ficaria bem com Catarina Invêncio, a menina que ficou no segundo lugar. Entre os rapazes venceu Luís Pires da Silva. Nos adultos Gisela Filipa e Marco André confirmaram o favoritismo. E o instrumentista Ângelo Freire completou o leque dos triunfadores duma noite em que o fado foi homenageado.Marta Rosa estuda no 8º ano e é uma aluna de quatros e cincos. O pai, Fernando Rosa, explica que as suas notas melhoraram desde que começou a cantar fado há cerca de um ano. A menina recorda que tudo começou numa brincadeira numa noite de fado amador no Sobralinho. E “os grandes culpados” do despertar de tanto talento foram a fadista Amália Rodrigues de Vila Franca de Xira e o jornalista Adriano Gabriel que continuam a ser dois admiradores.Marta Rosa conta que já gostava de fado, mas desde que começou a cantar ganhou maior admiração pela canção nacional e gosta particularmente de cantar fados “com muito sentimento”. Por vezes canta de olhos fechados “para sentir mais o fado”e para se defender dos olhares do público com os quais ainda não se habituou a conviver.A vitória de sábado abriu uma janela, mas Marta Rosa não quer embandeirar em arco. E com segurança afirma que “em primeiro lugar estarão os estudos”. “Gostava de ser arquitecta e conciliar com o fado”, acrescenta. A jovem lembra o exemplo de Cátia Guerreiro, uma fadista de top e uma médica dedicada e com um elevado sentido humanista.Por enquanto, Marta vai continuar a frequentar a Escola de Fado da Junta de Freguesia de Odivelas, vai continuar a cantar com amadores e vai continuar a estudar porque “não se pode viver só do talento”. Os pais, que a acompanham para todo o lado, insistem em passar a ideia de que nada se consegue sem trabalho. “Muito trabalho”, conclui Fernando Rosa, um dedicado dirigente associativista da freguesia de Alverca.Nelson Silva Lopes

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