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A pacatez do campo a dez minutos da cidade

Moçarria é uma freguesia tranquila onde existe qualidade de vida

A um passo da auto-estrada e a dois de Santarém, a freguesia da Moçarria é um local calmo para se viver e uma aldeia onde a pirâmide etária ainda não se inverteu perigosamente. Com uma cobertura aceitável de infra-estruturas básicas, tem na ausência de esgotos o seu maior problema.

A dez quilómetros de Santarém, a freguesia Moçarria mantém a pacatez própria de uma localidade rural em que a maior parte da população activa trabalha na indústria, comércio e serviços, na sede de concelho.Os mais novos vão perdendo a ligação à agricultura, que durante muitos anos deu sustento directo ou indirecto a gerações sucessivas, mas a meia idade e os mais idosos vão mantendo verdes e cuidados os bons terrenos agrícolas da freguesia.Fundada há 82 anos, a freguesia está razoavelmente servida de infra-estruturas básicas. Só falta a rede de esgotos - uma reivindicação antiga -, o que obriga os moradores a manterem fossas individuais.O presidente da Junta de Freguesia, Carlos Beja (CDU), diz que o projecto está a ser estudado pela Câmara de Santarém e acredita que a obra vai avançar em 2005.Melhor está a rede de equipamentos sociais. A freguesia dispõe de pré-escola e escola do primeiro ciclo, que funcionam num edifício relativamente recente onde, felizmente, o espaço não abunda. Sinal de que a juventude não se foi toda embora, como noutras localidades. Ao todo, andam ali cerca de 50 crianças.Para melhorar as condições, a antiga escola, junto ao largo da igreja, está em obras para receber no próximo ano lectivo as crianças da pré-escola. Em estudo está a implementação de um espaço para actividades de tempos livres (ATL). As crianças têm refeições fornecidas pelo centro de dia local, o que causa alguns problemas ao nível do transporte. A junta adquiriu um mini-autocarro para transportar os miúdos mas tem tido muitas dificuldades em arranjar alguém com carta de condução e disponibilidade para o serviço.O centro de dia, com uma ocupação a rondar os 40 idosos, é outra das mais-valias da freguesia. Inaugurado há cinco anos, além de fornecer refeições para as crianças da escola, dá uma resposta até então inexistente na área do apoio social à terceira idade, não só no centro de dia mas também através do apoio domiciliário que presta.A extensão do centro de saúde, além dos problemas normais em se conseguir uma consulta, funciona três dias por semana, atendendo uma população que ronda os dois mil habitantes.Em termos de rede viária, a Moçarria não está mal servida. O pior era a muito degradada ligação ao Baixinho, um dos três lugares da freguesia. Mas a estrada municipal 1357, que também liga à freguesia vizinha de Várzea, está em fase final de repavimentação.A junta de freguesia quer aproveitar estas obras para pavimentar a chamada Rua do Mouco. São cerca de 300 metros que possibilitarão retirar algum trânsito do largo da igreja, no qual a autarquia pretende avançar com obras de remodelação. O levantamento topográfico já está feito.Mais urgente é a requalificação do espaço em frente à capela do Secorio, que irá ser calcetado, e as pavimentações da Estrada das Romanzeiras, no mesmo lugar, e da Rua da Fonte Nova, que liga o bairro de Vila Nova da Babeca à EN 114. Antigo é também o desejo de construir um espaço polidesportivo. Há terreno, junto ao campo de futebol, mas falta dinheiro. Assim os jovens da freguesia têm de limitar-se ao futebol, mas o Centro de Cultura, Recreio e Desporto Moçarriense (CCRDM) nem sequer tem uma equipa nos escalões de formação. Os seniores disputam o distrital da segunda divisão.O Moçarria Aventura Clube, que, entre outras actividades, organiza anualmente uma prova de motocross que traz largas centenas de visitantes à freguesia, o Clube de Caçadores, as Danças de Salão, ligadas ao CCRDM, e a Associação Progresso e Recreio do Secorio completam a oferta lúdico-cultural.O comércio tem sentido os efeitos da proximidade a Santarém e às grandes superfícies, mas mesmo assim vai-se mantendo dinâmico. Há duas padarias, outros tantos restaurantes, uma mão cheia de cafés e pastelarias, duas mercearias, pronto-a-vestir, uma loja de ferragens, outra de produtos agrícolas e para animais e um quiosque de jornais. A caixa multibanco supre de alguma forma a ausência de uma agência bancária.A freguesia tem sido bastante procurada por quem vem à procura da calma do campo não muito distante da cidade, seja para primeira habitação, seja para moradias de fim-de-semana e férias. O pior são os limites demasiado restritivos do Plano Director Municipal (PDM). “Não queremos que se construa em qualquer lado mas não entendo porque é que num terreno ao lado de uma casa não se pode construir”, refere o presidente da junta, que reclama muito cuidado na próxima revisão do PDM.O actual cemitério, em condições normais, tem capacidade apenas para mais dois ou três anos, pelo que a junta já está a estudar o seu alargamento e a negociar um terreno contíguo. Já o património local é curto e resume-se praticamente à Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Carmo, no largo central, e ao chafariz próximo da junta de freguesia.

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