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O gosto pela liderança

Carlos Beja, Presidente da Junta de Freguesia de Moçarria
Quando há 25 anos trocou a freguesia da Romeira, onde nasceu, pela Moçarria, Carlos Beja estava longe de pensar que duas décadas depois seria presidente da junta de freguesia da localidade que o acolheu após o casamento com uma filha da terra.Hoje, aos 44 anos, casado e com dois filhos, divide o tempo entre o emprego numa fábrica e a junta de freguesia, com esta última a absorver-lhe muitas vezes mais tempo que o horário normal de trabalho.Em criança já era um líder e até nos jogos de futebol estava sempre a motivar os colegas. Recorda que era um miúdo endiabrado, o que talvez o tenha afastado da escola. Inicialmente completou apenas a quarta classe e só mais tarde concluiu o sexto ano.Começou a trabalhar com 15 anos. O primeiro emprego, numa empresa de carroçarias, não durou muito. Trabalhou depois vários anos na indústria hoteleira, como empregado de mesa, e há seis anos que trabalha na cervejeira Unicer.Carlos Beja sempre foi uma pessoa activa e com gosto em exercer os seus direitos e deveres de cidadão. O seu primeiro cargo “público” surgiu no Centro de Cultura e Desporto Moçarriense, onde foi presidente da assembleia-geral e depois da direcção. Dai até à junta foi um passo. Militante do PCP desde os 18 anos, foi convidado a integrar as listas da CDU nas eleições de 1997. Foi eleito secretário. Em 2001 foi eleito presidente da junta, função que exerce com muito gosto.O pior é a família, relegada para segundo plano. “Por causa da junta tenho deixado a família para trás. Desprezei completamente a minha casa e a minha sorte é que a minha mulher entende-me”, admite. Mesmo quando não tem nada marcado na junta, Carlos Beja não consegue ficar em casa. A esposa até já o “aconselhou” a andar com a cama atrás. “Não é só quando faltam três meses que andamos de volta das pessoas preocupados com as coisas. A conversarmos no dia a dia é que sabemos os problemas de cada um e ouvimos outras ideias”.Embora seja benfiquista desde pequenino, não é fanático e nunca foi ao Estádio da Luz. Sempre que pode assiste aos jogos do clube da terra - o Moçarriense - mas garante que um dia destes irá conhecer a nova “catedral”.Das obras que já fez, as que mais o orgulham são as paragens dos autocarros, remodeladas recentemente. “Foram obras simples mas que deram outra dignidade”. Até final do mandato gostava de ver concluído o saneamento da freguesia e, a médio prazo, se continuar na junta, gostaria de construir um recinto polidesportivo.O pior momento que passou na autarquia aconteceu recentemente, quando, devido aos atrasos nas transferências de dinheiro da câmara para a junta, no final do mês nem sequer havia dinheiro para pagar aos funcionários.

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