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Hugo voltou para a casa onde sempre viveu

Hugo voltou para a casa onde sempre viveu

Menor recusa ir viver com os avós paternos

O pequeno Hugo, de 10 anos, não quis ficar aos cuidados dos avós paternos, conforme sentenciou o Tribunal Judicial de Torres Novas, e voltou para junto da família onde sempre viveu: a mãe e os avós maternos.

No domingo, 22 de Novembro, em cumprimento da sentença do tribunal de Torres Novas e de uma decisão com data de 11 do corrente, Victor Craveiro, avô materno de Hugo, levou o neto a casa dos avós paternos, a quem o tribunal tinha confiado o poder paternal, dado que o pai está a detido no estabelecimento prisional de Torres Novas, a cumprir uma pena de oito anos por tráfico de estupefacientes.Mas a criança recusou-se a entrar, dizendo que não queria ficar, que queria voltar para sua casa. A insistência dos avós paternos de pouco valeu e o Hugo acabou por regressar a “sua casa”, onde sempre viveu. A recusa da criança foi presenciada por diversas testemunhas e por dois agentes da PSP de Torres Novas, entretanto chamados ao local.Conforme O MIRANTE noticiou, na sua edição de 29 de Julho, o Tribunal de Torres Novas decidiu retirar o Hugo, que está à guarda dos avós maternos desde os 15 meses, devido a doença degenerativa da mãe, para a entregar ao pai. Como este está preso por tráfico de droga, caberá aos avós paternos tomar conta do menor. A sentença criou indignação da mãe, imobilizada, mas lúcida, e dos avós maternos que interpuseram recurso, cujo resultado ainda não é conhecido.Os pais de Hugo, Vanda e José António, divorciaram-se em Maio de 1998. O menor ficou entregue à guarda e cuidados da mãe, cabendo o exercício do poder paternal a ambos os progenitores. Em Abril do ano passado foi feita uma alteração ao poder paternal ficando estipulado que a criança visitaria o pai no estabelecimento prisional acompanhado dos avós paternos. Irene Rocha, contrariando o que está escrito na sentença proferida pelo Tribunal Judicial de Torres Novas, diz que nunca impediu o neto de visitar o pai: “Acho que para ele não era bom visitar o pai na cadeia, mas nunca o impedi e o menino sempre visitou os outros avós quando quis”.No entanto, o tribunal considera que a avó materna “revela um posicionamento rígido face ao pai do menor, procurando exercer a sua influência para o afastar, nomeadamente impedindo as visitas regulares ao estabelecimento prisional”.Em termos económicos tanto os avós maternos como os paternos têm condições para dar a Hugo qualidade de vida. Na casa onde sempre viveu, a criança tem quarto próprio com todas as comodidades: “É um quarto de um principezinho”, acrescenta Irene Rocha mostrando todos os pormenores.A decisão do juiz acrescenta que “o facto de o pai se encontrar preso não é, de modo algum, suficiente para dificultar a realização de visitas, tanto mais que os encontros ocorridos têm-se revelado benéficos para o Hugo, que necessita urgentemente de cimentar a referência paternal devido à situação crítica em que se encontra a sua figura materna”.Vanda sofre de esclerose múltipla há cerca de 12 anos e actualmente não tem qualquer autonomia. Os seus movimentos são nulos e a linguagem é praticamente imperceptível. A doença declarou-se pouco antes do filho nascer, pelo que com 15 meses ele ficou a cargo dos avós maternos.
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