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A cultura dos afectos

A “profunda e tumultuosa” revolução tecnológica que se vive desde a última década está paulatinamente a modificar os nossos hábitos, a nossa forma de pensar e a nossa forma de agir em sociedade.Francisco Moita Flores deixou na conferência um apelo à cultura dos afectos, como contraponto à frieza do mundo electrónico das mensagens SMS, dos e-mails ou de outras formas de comunicação que “simulam a presença e dissimulam a ausência”. Um mundo que cria a ilusão de “falsa vizinhança” e pode levar a que, daqui a uns anos, gestos simples mas carregados de simbolismo como um abraço ou um beijo caiam completamente em desuso. Vive-se no tempo do instante, em que o mundo está à distância de um enter na Internet e em que, por vezes, já não há tempo para um abraço. Porque a presença física passou a ser considerada dispensável, substituída por uma qualquer videoconferência ou conversa em tempo real através do teclado de um computador. Moita Flores admite que está a olhar para este novo mundo com as lunetas de quem viveu outra época e um mundo marcado por outros valores. Um mundo onde os namorados diziam “amo-te muito” em vez de “gramo-te bué”. “Se deixarmos esvaziar as relações psico-afectivas perde-se o conceito de família, de vizinhança, de aldeia, de vila, de cidade. E somos apenas átomos desta prodigiosa revolução que ilude e escamoteia o essencial no coração de cada um”, considerou.

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