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Santa Margarida prepara forças para a NATO

Militares da Brigada Mecanizada Independente

Portugal vai contribuir com 700 militares para a formação de uma Força de Intervenção Rápida da Nato. No Campo Militar de Santa Margarida treinam-se tácticas e técnicas ofensivas.

Setecentos militares da Brigada Mecanizada Independente (BMI) andaram cinco dias a treinar tácticas e a testar a operacionalidade do único agrupamento do Exército português que vai integrar a Força de Intervenção Rápida da Nato (NRF). O quartel deste moderno grupo de combate está instalado no Campo Militar de Santa Margarida, Constância. O exercício, que serviu para fazer uma primeira avaliação do estado de prontidão do agrupamento, terminou na manhã de sexta-feira, dia 3, com uma sessão de fogos reais. Foi o culminar de muitas horas de acção que obrigaram os militares a rastejaram na lama, a puxar pela cabeça para serem mais espertos que o inimigo e iludi-los. Foi treinar no duro situações que podem acontecer num cenário de conflito militar.No território onde decorria o exercício respirava-se um ambiente de guerra. Quem entrasse no local sem estar autorizado era detido imediatamente. E nem a patente militar nem todas as razões do mundo justificavam a sua libertação. Dentro do perímetro um grupo de comandos desenvolvia acções que tinham por objectivo testar a capacidade de reacção dos militares da BMI até ao limite. Com a sessão de fogos reais demonstrou-se a capacidade de tiro da brigada. Durante cerca de uma hora entoaram nos 14 quilómetros do campo os disparos de metralhadoras pesadas e o assobio de mísseis no caminho até aos alvos que destruíam num enorme estrondo. As munições, as técnicas, as comunicações… era tudo real. Só o inimigo assumia a forma de velhos carros de combate que se contorciam a cada disparo. A responsabilidade de constituir um grupo destes, do qual se exige uma prontidão de 5 a 30 dias, impunha elevados graus de pla-neamento e comando. De articulação e desempenho ofensivo ao nível dos outros países da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).O exercício foi acompanhado por três oficiais da Brigada Estremadura 11, sedeada em Badajoz, já que a agrupamento português vai estar integrado num comando espanhol. Tudo tem que ser calculado e preparado ao pormenor. Até porque a NRF tem que ser uma força tecnologicamente avançada, flexível, capaz de actuar onde for necessário. Durante a acção os observadores e alunos da Academia Militar, que também assistiram ao exercício, puderam ver a forma como a BMI controlava um grupo de milícias refugiado numa zona urbana. De uma bancada de cimento puderam também ver os carros de combate a atacar supostos veículos inimigos, a eliminá-los com mísseis anti-carro.A precisão, as movimentações de carros de combate numa espécie de bailado estrategicamente articulado, é fruto de “um treino rigoroso e exaustivo”, sublinhou o comandante do 1º BIMEC- Batalhão de Infantaria Mecanizado, Mendes Ferrão, que dirigiu as operações. Só assim foi possível à BMI assumir a preparação das forças para a NRF. O aprontamento deste agrupamento iniciou-se em Outubro. Espera-se que a sua capacidade táctica e ofensiva seja certificada internacionalmente no primeiro semestre de 2005, condição essencial para poder integrar a força da Nato. Prevê-se que no período de 1 de Julho de 2005 11 de Janeiro de 2006 o agrupamento possa estar apto a integrar a NRF.

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