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O desporto é um fenómeno integrador

O desporto é um fenómeno integrador

Colóquio realizado em Abrantes mostrou experiências mas teve poucos participantes

O trabalho de integração e reabilitação que é efectuado no Centro de Formação Desportiva de Desportos Adaptados da Escola Mem Ramires, de Santarém, e na Escola de Futebol de Tomar, foram destacados e apontados como referência do distrito de Santarém, no encontro sobre o “Desporto Enquanto Fenómeno Integrador”, organizado pelo Instituto do Desporto de Portugal, que decorreu na sexta-feira, em Abrantes.

A escola Mem Ramires, de Santarém, está a desenvolver um programa destinado a jovens estudantes com deficiência, que está a ser um verdadeiro sucesso. Joana Encarnação, professora de educação física e coordenadora do Centro de Formação Desportiva de Desportos Adaptados daquele estabelecimento de ensino, destaca sobretudo a forma como os jovens deficientes vivem o trabalho desportivo que ali é praticado.“O seu entusiasmo revela o quanto é importante e integradora a componente desportiva, porque é através do desporto que se sentem cada vez mais integrados”, referiu a professora, que considera aliciante o seu trabalho com jovens da sua escola, e de mais outros três estabelecimentos de ensino de Santarém, Ourém e Fazendas de Almeirim.Com o desenvolvimento da modalidade de boccia e da natação e valorizando o papel de cada um dos jovens, Joana Encarnação garante que se consegue desenvolver a autonomia dos jovens com deficiência e ajudá-los a aceitar sem preconceitos a sua imagem corporal, o que tem sido determinante para a sua integração na comunidade estudantil. Desenvolvendo programas individualizados, porque cada um dos jovens tem problemas diferentes, o Centro de Formação da Escola Mem Ramires tem conseguido promover a auto-estima dos jovens, sensibilizar os seus companheiros a aceitar e participar na sua integração.“A boa adaptação dos jovens deficientes e a grande alegria que denotam na prática desportiva, são grandes lições de vida para todos nós”, garantiu Joana Encarnação na sua participação no colóquio o “Desporto Enquanto Fenómeno Integrador”, organizado pela delegação de Santarém do Instituto do Desporto de Portugal, que decorreu na sexta-feira, em Abrantes, com escassa afluência de participantes.Mais do que a simples prática do futebolOutro dos exemplos da utilização do desporto como fenómeno integrador dos jovens focado no colóquio foi o da Escola de Futebol de Tomar (EFT), instituição criada em 1999. João Damásio, director-executivo da escola, explicou que logo após a criação da EFT, se verificou da necessidade desta não se dedicar em exclusivo ao futebol.“Cedo vimos que o futebol deve ter uma componente integradora e desenvolvemos uma estratégia de aproveitamento de sinergias, que nos levaram a entrar na componente social, no combate ao trabalho infantil e no combate à toxicodependência”, referiuFoi assim que a Escola de Futebol de Tomar apareceu a desenvolver projectos como o PIEF – Programa Integrado de Educação e Formação, que proporciona respostas adequadas aos casos de abandono escolar motivados pela exploração do trabalho infantil. Programa que tem sido um êxito, e que leva jovens dos concelhos de Abrantes, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Barquinha, a voltarem aos estudos. “Temos jovens que já fizeram o nono ano e estão agora em formação profissional que lhe dará a equivalência do 12º ano”, acrescentou João Damásio.Sempre com o futebol no horizonte, a EFT desenvolve também o Plano Municipal de Prevenção Primária das Toxicodependências, que estabelece uma política local global de prevenção à iniciação e de redução dos consumos, enquadrado em perspectivas escolares, familiares e comunitárias.“Mais recentemente foi-nos confiado o desenvolvimento do programa Escolhas de Segunda Geração PlurAll, que visa a integração das crianças e jovens provindos de contextos sócio-económicos mais desfavorecidos e problemáticos, numa perspectiva de maior equidade. Programa que já estamos a incrementar junto das comunidades cigana, estrangeira, e provindas dos países dos Palop’s”, referiu João Damásio.Na Escola de Futebol de Tomar ninguém é marginalizado por não ser um grande jogador. Pelo contrário, são dadas grandes oportunidades aos jovens menos dotados. Os miúdos são divididos por equipas A e B, e com os jovens B são desenvolvidas várias acções que vão desde a participação em torneios no estrangeiro e em Portugal, até à sua entrada em competição, quer em torneios entre instituições, quer mesmo ao nível oficial.
O desporto é um fenómeno integrador

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