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“Continuo a gostar de bolos”

Aida Barros, 35 anos, pasteleira e padeira, no Entroncamento

Começou por ser empregada de balcão numa pastelaria e ao fim de 12 anos passou para o fabrico de pão e de bolos que costuma servir aos clientes. Aida Barros, 35 anos, casada e mãe de dois filhos, tornou-se pasteleira e padeira e gosta daquilo que faz. Os bolos, embora lhes sinta o aroma durante todo o dia, nunca a enjoaram. Continua a gostar de doces.

Há cinco anos que Aida Barros trabalha com massas doces e salgadas que vão encher as mesas de pequeno-almoço de muitas famílias. É pasteleira e padeira, uma profissão que surgiu um pouco ocasionalmente, mas que Aida se habituou a gostar.Foi empregada de balcão durante 12 anos e depois passou para o fabrico dos alimentos que vendia. “Gosto mais de trabalhar na fábrica do que ao balcão. Às vezes as pessoas são difíceis de atender”, desabafa.Lá dentro, entre os recipientes de inox, os fornos, as farinhas e açúcares, Aida sente-se melhor. “Gosto mais de estar aqui do que lá fora a atender os clientes. Mas, enquanto fui empregada de balcão, se era preciso também ajudava na fábrica”.Embora seja pasteleira, a sua actividade actual é principalmente o fabrico do pão. “Sou mais padeira do que pasteleira, gosto de fazer as duas coisas, mas prefiro os bolos”, diz. Bolos com muitos cremes, fios de ovos, massas de amêndoa, noz, com coberturas doces e cheias de enfeites que Aida, natural de Alvaiázere e residente no Entroncamento, tem paciência e jeito para fazer. “Somos três pessoas na fábrica e, apesar de eu não fazer muitas decorações nos bolos de aniversário ou de festas, sei como se faz e tal como as outras colegas dou a minha opinião. Tenho paciência e gosto para decorar os bolos e já fiz alguns”.Equipada de branco, os padeiros sempre se vestiram de branco, Aida sente, diariamente, o cheiro quente e doce dos fornos que cozem a massa dos bolos, mas isso não a fez enjoar as guloseimas. “Continuo a gostar muito de bolos e nunca enjoei”. Em casa, um pouco como “casa de ferreiro espeto de pau”, não perde muito tempo de volta do fogão a cozinhar bolos e sobremesas. “Não faço bolos em casa”.Quando acaba a actividade profissional, tem outras tarefas pela frente. “E tem que ser tudo muito bem organizado para as crianças jantarem e deitarem a horas certas, para as coisas andarem direitinhas”.A fábrica onde trabalha não exige que as primeiras fornadas de pão comecem a sair de madrugada, o que obrigava a um horário quase nocturno. Aida começa a trabalhar às 08h30 e sai às 15h00: “Tenho um horário melhor do que muitas pessoas, mas é um trabalho pesado. Não temos feriados e folgo um dia alternado por fim-de-semana, caso contrário quem é que cozia o pão para as pessoas comerem?”.E o velho hábito de ir de manhã à padaria também parece que está a cair em desuso. “Como há várias fornadas por dia, há pessoas que vêm comprar pão de manhã e à tarde para estar sempre quentinho”, continuaPor dia, coze entre 240 a 300 quilos de massa, tendida em bolas, pão caseiro ou pão de forma que é distribuído por seis lojas. “Mas não é só o trabalho de tender o pão e voltar a tender. Temos de cuidar do espaço, lavar tabuleiros e formas. Somos nós que fazemos tudo”. Na época de Natal o consumo, quer de doces quer de pão, aumenta consideravelmente. Não são só os bolos-rei que aguçam o apetite dos clientes habituais das lojas que comercializam os produtos fabricados nesta padaria e pastelaria, situada num dos centros comerciais do Entroncamento. “Vende-se mais de tudo, mesmo pão. Nesta época temos sempre de fazer horas extra”, conclui Aida Barros.Margarida Trincão

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