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PTN em risco de fechar portas

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Empresa do consórcio explica opção por Torres Novas
A continuação da fábrica Prefabricados Castelo em Torres Novas depende da construção do mega aldeamento turístico promovido pelo grupo espanhol Masa. A empresa não consegue escoar os seus artigos em betão no mercado nacional e só o fornecimento de materiais para essa urbanização, com cerca de sete mil fogos, viabilizaria a sua continuidade no Ribatejo pelo menos durante o período em que vai decorrer a empreitada. Ou seja, durante cerca de dez anos.Isso mesmo foi explicado por Francisco Gago, responsável pela Prefabricados Castelo, durante uma conferência de imprensa organizada sexta-feira pela Câmara de Torres Novas com o intuito de clarificar os meandros deste negócio. Na altura ficou a saber-se ainda que a centralidade de Torres Novas, a proximidade a Fátima e a reserva natural do Paul do Boquilobo foram outros factores importantes para a escolha do concelho como uma das hipóteses para a implantação desse projecto. Os contactos iniciaram-se há cerca de um ano mas durante meses tudo esteve guardado no segredo dos deuses por “exigência da própria empresa”, afirmou António Rodrigues (PS), presidente do município.O autarca fez também menção de rectificar que a bancada socialista, maioritária no executivo, nunca aprovou, “nem podia fazê-lo”, o projecto do aldeamento, que contraria o Plano Director Municipal (PDM). Decidiu-se sim pela elaboração de um plano pormenor, igualmente proposto pelos serviços da autarquia, que viabilize a alteração da utilização do solo numa área de cerca de 284 hectares necessária ao investimento. A maior parte da zona está em reserva agrícola nacional (RAN) e reserva ecológica nacional (REN), o que inviabiliza a construção.O investimento, que ascende a um bilião de euros (200 milhões de contos), inclui vastas áreas de lazer, um campo de golfe e sete mil habitações, entre apartamentos, vivendas isoladas e geminadas.O investimento estava também dependente da elaboração de um protocolo com a autarquia, condição posta pela empresa que tem ponderado a possibilidade de se instalar noutro ponto do país ou de Espanha dada a ausência de consenso entre as forças políticas representadas no executivo. O protocolo foi aprovado esta terça-feira, pelo PS e PSD.Francisco Gago disse ainda que o grupo Masa tem em construção seis outros empreendimentos do género, em Alicante e em Múrcia, querendo desconcentrar o investimento. Para o presidente da Câmara de Torres Novas, o investimento é de todo o interesse, pois, além de não implicar qualquer tipo de custo para a autarquia, irá criar mais de 1.500 postos de trabalho e contribuir para o desenvolvimento económico não só do concelho como da região e do país.António Rodrigues acredita que o projecto pode arrancar em 2005, em áreas em que o Plano Director Municipal permite a construção, até para servir de “montra de promoção”. As previsões apontam para um ritmo de construção de 800 a mil casas por ano e estimam que o empreendimento possa estar concluído em 10 anos.O presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém - Nersant, José Eduardo Carvalho, afirmou que “um investimento desta natureza, com a dimensão e o volume apresentados, anima a actividade económica do distrito”. Até porque existem garantias de que os promotores irão subcontratar empresas da região e angariar mão-de-obra local, prevendo-se a necessidade de cinco mil trabalhadores nos seis anos de construção.
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